Atos 19:2 "Recebestes, porventura, o Espírito
Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: pelo contrário, nem mesmo ouvimos
que existe o Espírito Santo"
Um diálogo simples, entre crentes, dentro da
perspectiva paulina, numa cidade onde o EVANGELHO prosperava e fazia novos
filhos de DEUS.
Ali estava Éfeso, cercada de idolatria e imoralidade,
mas onde DEUS operava conversões, pois são os doentes que precisam de médicos.
Pecadores perdidos que ora estavam crendo na
PALAVRA, na questão do REINO, que haviam passado pela agua batismal, e que
agora são indagados por Paulo, por algum motivo específico, sobre a obra completa
do ESPÍRITO SANTO.
O valor de toda a sua presença não estava em
falar em línguas ou profetizar, mas em receber o selo que autentica a presença
de DEUS na vida do seu povo.
Convertidos, entenda-se isto!
Já batizados, também leia-se isto!
Mas ainda incompletos, e necessitando de algo
mais!
Semelhante expressão rodará pela Bíblia,
quando em cumprimento “a todos” de Joel, em Atos 2:17, “que do meu
Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”,
numa escatologia que seria realizada nos dias apostólicos, e que seria a todos
os crentes, aos que viessem a crer.
Logo tais crentes não poderiam ficar fora do
rol dos selados pelo ESPÍRITO, mesmo depois da CONVERSÃO.
"Estes discípulos foram batizados em nome
do Senhor Jesus. Depois disto, impondo-lhes Paulo as mãos, o Espírito Santo
veio sobre eles. Aqui foram retratadas duas experiências distintas. Aqui existe
a prova de que aqueles que creram e passaram a ter a fé cristã ainda precisam
ser cheios do Espírito Santo como uma experiência subsequente" (Comentário
Bíblico de Beacon).
As ideias por trás da presença do ESPÍRITO
SANTO passam pelas mesmas nestas passagens bíblicas, com palavras equivalentes
no grego, mas um pouco diferentes no português: tomado (Mateus 8:17), recebido (Mateus 7:8, 18:15, Romanos 5:17), levado
(Mateus 16:5), trazer (Marcos 9:36), constituir (Atos 15:14) – λαμβάνω.
Beacon ainda vai propor a tese de que
havia uma imaturidade no crer e que eles agora se aprofundavam em tal
conhecimento do “batismo em nome de JESUS”, o que de certo modo discordo, pois
na medida em que Paulo chega a eles, não há ensino, mas IMPOSIÇÃO DE MÃOS, pois
considero maturidade um crescimento em doutrina e não apenas um ato como foi
realizado.
A definição verbal nos permite
entender que dentro deste conceito de “iniciar, provar algo, fazer um julgamento de,
experimentar”, agora a obra de CRISTO estava pronta para que
fossem eles testemunhas de tudo que envolvia o REINO PRESENTE naqueles dias.
PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO.
O Comentário Bíblico de Genebra nos
acrescentará “todas
as categorias de pessoas recebiam o batismo do Espirito Santo: judeus, gregos
tementes a Deus, samaritanos e gentios".
"E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam"
(Atos 19:6) – eis o que Paulo fez.
"Essa é a última vez que Atos registra o falar em línguas
como prova do recebimento do Espírito", escreve o Comentarista Warren
Wendel Wiersbe, pastor Calvinista.
"Tendo passado pelas regiões mais altas
(1). Paulo em vez de tomar o principal caminho de Éfeso, pelos vales Licus e
Meandro, parece que tomou uma estrada mais ao norte, alcançando a cidade pelo
lado setentrional do monte Messógis. Discípulos). Esta palavra estando desacompanhada
de outras que lhe modifiquem o sentido, não significa "discípulos de
João", e sim "discípulos de Jesus", quaisquer que fossem as
falhas do conhecimento que tinham. Nem mesmo ouvimos que existe o Espírito
Santo, referência especial ao Espírito Santo como fora enviado no Pentecostes
com manifestação exterior (regularmente é assim nos Atos). Certamente João
batizou...; cfr. At 1:5-11.16. Que cressem naquele que vinha depois dele (4);
cfr. Jo 1:26 e segs., At 3:25 e segs. Há impressionante concordância entre João
e Atos, quando falam de João Batista e do Espírito Santo. Foram batizados em o
nome do Senhor Jesus. É a mesma expressão de At 8:16. Este é o único exemplo de
rebatizar-se alguém, registrado no Novo Testamento. E, impondo-lhes Paulo as
mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, como acontecera aos convertidos
samaritanos em At 8:17" (O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson).
“Imposição das mãos deve ser entendido como um
ato especial de comunhão, incorporando as pessoas em pauta na comunhão da
igreja. Isso foi necessário, no caso de samaritanos convertidos, no capítulo 8,
de deixar bem claro que eles foram aceitos plenamente na igreja judaica
centrada em Jerusalém; e era necessário no caso em apreço para deixar claro a
esses membros de que eles estavam agora se tornando parte da igreja universal.
(Grand Rapids: Eerdmans, 1992, 308). “Há um só corpo e um só Espírito, como
também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma
só fé, um só batismo" (Ef. 4:4 - 5 ). A partir de então, o Espírito Santo
viria para cada coração na salvação, como as epístolas ensinam” escreve o
calvinista John Fullerton MacArthur Jr.
“A pregação de João era um passo necessário,
porque deve haver dois passos na vida religiosa. Primeiro, deve dar-se o
momento em que despertamos à nossa insuficiência e ao nosso merecimento da
condenação às mãos de Deus. Esta etapa está estreitamente relacionada com o
momento em que tentamos nos comportar melhor e inevitavelmente fracassamos
porque tentamos fazê-lo por nós mesmos. Segundo, há a etapa em que nos damos
conta de que pela graça de Jesus Cristo deixamos de estar condenados. Bem
ligado a este passo vem o momento em entendermos que todos nossos esforços são inutilizados,
e assim ficamos reforçados e fertilizados pela obra do Espírito Santo, através
do qual podemos fazer o que não poderíamos nunca realizar por nós mesmos. Aqueles
cristãos incompletos conheciam a condenação; mas não a GRAÇA de CRISTO nem a
ajuda do ESPÍRITO SANTO. Sua religiosidade era inevitavelmente uma luta que não
haviam alcançado o ápice da paz. Todo este incidente nos mostra uma grande
verdade: que sem o ESPÍRITO SANTO não existe o cristianismo completo. Mesmo que
vejamos o erro de nossos caminhos, e nos arrependamos e decidamos mudar, não
poderemos obtê-lo nunca sem a ajuda que só o ESPÍRITO pode nos dar” (O NOVO
TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia).
O paradigma não pode ser alterado, a fim de
que não haja dois evangelhos.
CRISTO veio salvar, o ESPÍRITO encher e tudo
para louvor da GLÓRIA DO PAI.
João estava anunciando o novo tempo, como
profeta que era, e JESUS surge sob seu batismo e ação, posto que precisava
atestar a importância do “SACRAMENTO” que evidenciaria a entrada para a ALIANÇA
do CORPO, a IGREJA DO SENHOR.
O arrependimento precede a CONVERSÃO que é
seguida do atestado batismal, quando assim como em JESUS, o ESPÍRITO dirá aos
ouvidos e olhos de todos: “batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele
e eis uma voz dos céus, que dizia: ESTE é o meu FILHO AMADO, em quem me
comprazo” (Mateus 3:15-17).
Não se removem os modelos, apenas os utilizam.
Vivamos de acordo com o necessário, sem
alardes, de divisões, sem preconceitos, sem medo.
Vivamos o EVANGELHO de CRISTO!
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