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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Mateus 24:1-14

Após ter reafirmado sua questão de ser o FILHO DE DAVI, como expressão humana acerca de suas origens judaicas, e aprofundando sua relação com DEUS, numa subordinação inclusive de Davi a sua PESSOA, JESUS adentra a uma porção da PALAVRA que será um bater de martelo sobre os escribas e fariseus. 

Apresenta as motivações dos tais líderes judeus, bem como sua forma de agir e ser diante de homens, e que de alguma forma, de nada servia para se apresentar diante do CRIADOR, a quem o próprio Davi era subordinado. Aponta para sua ligação teórica com Moisés, porém desligado das boas intenções para as quais o SENHOR o havia designado. Ainda enfatiza os fardos que impunham ao povo, quando na verdade não passava de mera teoria. E seu discurso começa. 

Aqui aponto apenas algumas sentenças usadas por JESUS no tratamento com os escribas e fariseus: hipócritas, insensatos, cegos, sepulcro caiado, iníquos, mentirosos, serpentes e raça de víboras. 

Quando lemos tais adjetivos, ficamos chocados por tanta clareza naquilo que JESUS diz acerca de líderes de sua época, e que portavam as leis e as suas leituras e interpretações. Eram os que deveriam ser modelo ao povo. Porém eram o oposto. 

Da morte dos profetas (Mateus 23:35 e 37) à perseguição a ELE mesmo. Ah, Jerusalém, local santo e de devoção, onde haveria toda referência para a VERDADE e toda história do céu revelada. O bendito que veio, que voltaria, JESUS, rejeitado pelos seus (João 1:11), agora dá sentido a tanta rejeição, dos que eram circuncidados em sua carne, mas em seu coração eram incircuncisos. 

Começa o capítulo 24, de Mateus, de uma forma bem interessante: apontando para a referência do culto, o TEMPLO. Quebra todo paradigma e modelo passado, mostrando que de fato as construções e valores humanos de nada serviam ao SENHOR, quando seu coração estava longe do CRIADOR. Não importavam discursos sem prática. Não importava templos feitos por mãos, quando na verdade as mãos que os levantavam eram imundas. De fato, JESUS discursa aos seus seguidores sobre o templo que haveria de ser lançado ao seu tempo, no chão. Homens com as mesmas mãos dos construtores haveriam e o derrubar. 

Imagina a cena dramática para os discípulos: Jesus sai do templo, olha para ele e diz “tudo vai cair”. Que coisa terrível ouvir esta afirmação de quem de fato sabia das coisas. Não era qualquer pessoa falando das ruínas. Era JESUS. O SENHOR que curara tantos, libertara tantos, agora dizia que não impediria a queda dos tijolos. Poderia apenas estar tratando de sua morte e ressurreição, mas ainda falava das referências físicas da construção. Aquela em que fariseus e pessoas entravam para ouvir preleções, mas que ao sair, continuavam vazias (REF> “imperador Tito, com Tibério Júlio Alexandre como seu segundo em comando, sitiaram e conquistaram a cidade de Jerusalém – 70 dC”). 

Em seguida traz seu discurso acerca dos tempos complicados que seu povo haveria de passar. Sentado, como SENHOR de tudo e de todos, tem aos seus pés os seus discípulos. Interessados nas questões aplicadas à porta do templo, num sentimento de perda do local de culto, agora perguntam sobre o tempo das coisas. Vinda e Consumação dos Tempos era a tônica da conversa. Curiosos, talvez amedrontados, mas desejosos de ouvir o BOM MESTRE. Estavam os seus discípulos pensando no que viria pela frente. 

“Ninguém vos engane”. Esta fala casa com o aparato joanino de Apocalipse, quando trata satanás como enganador (Apocalipse 12:9). Envolve pessoas que viriam dizendo ser DELE, ou afirmando até mesmo ser ELE. Os ouvidos deveriam estar conectados com sua verdade. Havia um padrão tanto da Verdade como da mentira. Eles deveriam estar atentos aos detalhes. Seria fácil enganá-los se não tivessem suas convicções e ensinos bem firmados. Como discurso quase final, era um discurso doloroso. Enganar seria a habilidade do mentiroso. Chamar-se de UNGIDO (Cristo) era fácil, como ainda é hoje em dia. Muitos carregam a formalidade, porém não procedem da Verdade. São espíritos enganadores (2Timóteo 3.13; 2João 7 e 2Pedro 2.1), como bem aprenderam para escrever depois. 

“Necessário ocorrer”, eram as guerras e rumores delas, mas eram notícias reais, porém deveriam passar por cima de tudo, a fim de não se assustar. Lembremos de novo das invasões dos primeiros séculos, onde muitos do povo foram postos debaixo dos pés de imperadores e conquistadores perversos. A ignomínia reinaria abundantemente. As guerras de nada deveriam ser sua preocupação. Tampouco as consequências delas, como a fome e a peste. De nada precisariam se preocupar, pois o foco deles seria a pregação da verdade. Dana deveria afastá-los do foco, do “ide e fazei discípulos das nações” (Mateus 28). 

Morte e perseguição agora compunham o cenário de suas vidas e mais, do final de suas vidas. Assim como o BOM MESTRE havia sido levado ao “matadouro”, assim eles passariam pelos caminhos do SENHOR, incluindo suas mortes e perseguições. E como foram cruéis os homens com tais anunciadores da PAZ. Como deram conta de repudiar a mensagem do SENHOR e rejeitar seus ATALAIAS. Importava saberem que tudo seria por amor ao NOME DO SENHOR. 

Aprendemos no correr das leituras dos Evangelhos e das Epístolas Apostólicas que o ódio pela Verdade foi a motivação de reinos e governos trazerem a morte sobre muitos dos seguidores de JESUS. Mas o NOME era o que importava. E não era um falso nome, de qualquer líder falacioso. Para morrer e ser odiado das nações, os discípulos deveriam ter toda convicção possível para que a sua motivação fosse às últimas consequências. A mensagem da cruz era e é escândalo (1 Coríntios 1:18). Para os perdidos e perseguidores escândalo, para os eleitos e mensageiros da Verdade, salvação. 

O tema repetido é “enganar” (Mateus 24:5, 11 e 24), produto de satanás. 1 Pedro 3:4 já apontava para dias em que a demora da vinda de Cristo seria questionada e ainda seria instrumento de desestímulo à perseverança. Mas o padrão é a falta de reverência à Palavra de CRISTO, que seria substituída pelo avanço da iniquidade (caráter daquilo ou daquele que é iníquo, que é contrário à equidade ou ação ou coisa contrária à moral e à religião ou mal, perverso, malévolo). A impiedade agora mostrada por JESUS como sinal dos tempos, apontava para um tempo de profunda maldade sobre a Terra. O homem por natureza é mau. Porém =, investido de poderes das trevas, se torna em extremo maligno. Decapitados e devorados pelas feras na arena, crucificados, cortados ao meio, queimados... não importava a forma, mas o prazer que os ímpios tinham em matar os seguidores de CRISTO, numa tentativa de bloquear a mensagem da cruz. Mas foi em vão. Vivemos milhares de séculos depois e a mensagem tem a mesma força e claro, causa os mesmos males aos fiéis. De modo algum os tempos mudaram para aqueles que trazem CRISTO em sua vida. Perseverar era a palavra motivadora. E nada poderia desanimar os ouvintes de Cristo no Monte das Oliveiras. 

O “amor se esfriar” ganha força no discurso de JESUS. Esfriar o amor tem dois sentidos: o primeiro se tratava do amor pelo SENHOR e sua causa, que pela pressão e dor, acabaria sendo alvo de esfriamento. Somente quem amasse ao SENHOR sobre tudo conseguiria suportar as dores que ELE mesmo suportou. O segundo, quanto ao amor ao próximo. Porque pregar se não tem amor ao outro a quem se destinava a salvação. O amor cobriria multidão de pecados e agora tinha que fazer valer todo esforço do SENHOR e que se tornaria esforço de seus discípulos. Imagina a dor de Pedro, tendo ouvido este discurso, tendo se inflamado a ser pronto até a morrer por ELE, quando nega em palavras e pela pressão e medo. Como deve ter ficado aquele servo? E como as lágrimas que derramou doeram em sua alma (Mateus 26:75)? 

Não podemos negar que sofrer por amor a CRISTO não está no rol de coisas que relacionamos para nossa existência. E não fazem parte de nossa agenda diária contrapor-nos à mentira e ao pecado. Claro que não. As igrejas ainda estão acostumadas com uma mensagem e vida leve, em especial nas Américas. Alguns continentes passam pela apostasia, pela negação direta ou indireta da fé em CRISTO. Não tempos como negar que a oposição faz toda a diferença, principalmente quando vem travestida de filosofias de falsos profetas (quase plantando um amor generalizado ou uma paz entre todos). Então, como não estar atento ao que JESUS falou aos seus amados no monte? 

“Perseverar até o fim”. Sim, Salvação e perseverança caem como luva nas mãos dos seguidores de nosso SENHOR. Salvação que casa com a perseverança. A parábola da semente aponta esta realidade (Mateus 13), e o que mais assusta, é que tem se evidenciado como algo real e presente desde os tempos apostólicos. Um texto conhecido da história cristã é este: “Policarpo, bispo de Esmirna, na Ásia Menor; morreu no ano 155 - viveu entre 70 e 155 DC. Ao ser levado perante o governador, e instado para abjurar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: “Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo. Como poderia eu agora negar ao meu Senhor e Salvador?” Policarpo foi queimado vivo.” Negou que "César é Senhor". Morreu queimado vivo na fogueira. Como, então, suportar tamanha pressão, se não for por convicção da VERDADE? Será que estamos prontos? Acho que não. 

“Perseverar até o fim” é mais do que sair gritando e cantando JESUS em templos ou em ambientes fáceis de viver um cristianismo roto. No entanto a mensagem que se refere o perseverar era para homens e mulheres que teriam suas casas queimadas, teriam filhos mortos diante de seus olhos, teriam membros amputados para negar ao Senhor e assim com Policarpo, suportar o fogo de uma cremação sem ter morrido. Ah, como serão difíceis os dias em que oposições se tornarem mais intensas. Pensemos no fato da mudança de itens bíblicos, legisladores prendendo que pregar contra temas que a sociedade e a lei começam a tornar facilitados e dignos de punição. Porque não negar que somos coniventes com tais propostas e facilitamos mudanças de teorias quando estas nos trazem prejuízo de amizades e quem sabe, de prisão. Vamos esperar. 

Uma mensagem que fecha um a porção de Mateus 24 é quando JESUS afirma que o Evangelho chegará aos confinas da Terra (Mateus 24:14). Será pregado e isto começaria com a ordem de ir e pregar, sob a poderosa mão do Espírito Divino. Ah, como tudo muda quando somos revestidos de autoridade vinda do ALTO. Como Pedro, diante de governos e pressões, não abriu mão da MENSAGEM, mesmo depois de ter negado. Incrível a mudança de postura. Muitas vezes somos levados a um degrau abaixo para podermos tomar força para subirmos até o fim da escada. Assim foi a evidência em Pedro até sua morte. Não podemos desanimar se DEUS nos leva a uma experiência negativa com a fé e ali ficarmos caídos. Precisamos reagir, mesmo depois de profundo choro, mas que passe pela nossa conversão. Queira DEUS que tenhamos tamanha coragem de mesmo no monturo, mesmo em lágrimas e vergonha, levantarmos a cabeça e perseveramos até o fim. O Evangelho é o poder de DEUS para salvação, a que JESUS chama de testemunho a todas as nações. Não há força que possa parar o que vem do PODER DIVINO. Deus está na obra tanto quanto sua vontade de expressar amor pelos povos. Por isso chegou até aqui, a todos nós. Somos o que somos para DEUS por conta desta VERDADE (Romanos 1:16 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”). Jamais alguém será algo neste mundo se de cima não for concedido. Portanto, ao lermos Mateus 24, nos versos 1-14, poderemos ter em mente tais realidades, que não param no verso 14, mas passam aos demais. Seguem como conselhos práticos de como se sair nos passos seguintes à tribulação maior que haveria de vir. Portanto, quando se deparar com desânimos, confusões mentais, medos lembre-se do que JESUS nos ensinou nesta porção da Palavra. 

Deus nos abençoe.