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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Joao 13:35

Joao 13:35 "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros"

Uma discussão se levanta entre os servos e discípulos de JESUS, quando de sua referência a uma traição. 

JESUS poderia resolver aquela demanda num instante, mas para ensinar sobre o mandamento de AMOR, gera nos corações daqueles homens os questionamentos acerca de quem seria o traidor, e pensando nisto, começam a se perguntar e entre eles quem haveria de ser.

Quer forma mais adequada de mostrar como e quem amar?

O diabo não tem parte com os da fé, e devemos estar preparados por todos os tipos de engano que ele costuna gerar.

O "coração" deve ser a origem de toda boa ação, porém quando lidando com as sensações e sentidos, o ser humano se perde.

Nosso SENHOR dá as ordens e assim aprendemos a subordinação de satanás a ELE:

"É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas. E, após o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que pretendes fazer, faze-o depressa." (13:26-27).

Faltar discernimento pode nos levar a má interpretações de tudo que somos e devemos fazer: "Nenhum, porém, dos que estavam à mesa percebeu a que fim lhe dissera isto" (13:28 e 29).

Ao momento em que JESUS ordena tudo, ELE airma da glorificação do PAI e do FILHO (13:31-32).

Mas se está sendo glorificado, por qual razão emerge ao coração de JESUS a profunda angústia: "angustiou-se Jesus em espírito" (13:21)?

A partir daí JESUS empreita sua caminhada final e ensina sobre o AMOR (13:34).

E é mostrada a identidade entre o MESTRE e seus discípulos - "nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" (13:35).

A conclusão é que se há quem se identifica, há os sem identidade.

Pedro de repente quer seguir ao SENHOR, mas recebe a ordem que virá a ser a realidade posterior - apascentar as ovelhas do SENHOR, como prova de seu amor por ELE.

Se amamos a JESUS, amamos os seus filhos e aprendemos que alguns Judas jamais estarão no rol dos escolhidos, pois também virão com suas missões malignas.

Devemos, mesmo sob a tensão diária, nos identificarmos com o SENHOR, e sua forma de ser AMAR.

Qual a sua identidade?

Filipenses 2:4

Filipenses 2:4 "Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros"

Há alguns dias, em oportunidade de uma devocional a irmãos queridos, usava mais que um versinho poético - mas uma VERDADE gerada no TRONO DA GRAÇA: "E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras" (Hebreus 10:24).

Mas de pouco está ajudando tais exortações, pois estamos vivendo um tempo cada vez mais difícil - tal como Adão, queremos culpar, buscar culpados, atirar a primeira pedra.

Eis a questão!

Neemias nos traz reforços inspirados: "assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus" (1:4) e "faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado" (1:6) - este servo rumo à reconstrução em meio ao caos não se exclui da culpa e se coloca junto ao povo, como carente da GRAÇA e da busca do PERDÃO - afinal não se deve colocar-se acima dos outros ou denominar-se a si mesmo justo.

Veremos Isaías se expondo ao mesmo.

E estas figuras do passado migram de forma definitiva à sua REALIDADE FINAL - o JUSTO JESUS sendo crucificado por pecadores, assumindo a culpa.

Quem pensamos ser?

Arrogantes, soberbos ou vaidosos perseguimos os primeiros lugares à mesa ou nas fileiras dos povos.

Aprendemos?

Apreendemos?

Paulo fala a crentes em Filipos: "Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros" - ou se Paulo deve ser esquecido, pense em JESUS, que se deu até a morte, se humilhou e disse para "amarmos o próximo como a nós mesmos".

Quando vamos entender e praticar?

sábado, 26 de fevereiro de 2022

1 Pedro 5:6,7

1 Pedro 5:6,7 "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."


DEFINITIVAMENTE o ser humano não consegue se resolver.

Tudo o que brota de seu interior é traço de sua "queda" no "Édem".

Orgulho, ambição, egoísmo, escolhas equivocadas.

Um amigo escreveu sobre a verdadeira PAZ, mostrando que somente em DEUS podemos entender "a PAZ que excede todo entendimento", que não emerge apenas as teorias de prêmios nobeis, que nada fizeram senão tentativas - diria que valeu tentarem.

Vejamos que ao enviar seu FILHO JESUS à humanidade, DEUS não estava concentrado em apresentar soluções locais ou apenas de época, mas de resolver a questão da ETERNIDADE.

JESUS foi alvo da perversidade dos seres humanos caídos, quando entendermos "que o castigo que nos traz a PAZ estava sobre ELE" - para isso, houve sangue, morte, dureza de corações etc.

Aos "que o receberam, fez-lhes filhos de DEUS" (versos bíblicos).

Mas o homem o rejeitou, e o pregou numa cruz...

Esqueceu de "humilhar-se" à REDENÇÃO apresentada, à JUSTIFICAÇÃO proposta e à VIDA.

Orgulhosamente rejeitaram DEUS e bateram no peito - têm orgulho de não crer, mas apenas dizer acreditar numa força superior, no cara lá em cima...

Estar debaixo da mão poderosa de DEUS é assumir total dependência do SENHOR,  seu senhorio e sua capacidade soberana - é afirmar que não é nada e que sem JESUS está condenado ao inferno

O tempo de exaltação não difere do tempo de CRISTO: tomar sua cruz, morrer para si, entregar-se totalmente a ELE e DELE depender - deixar a maldita ansiedade com quem dela pode nos livrar, sabendo que ELE tem cuidado de nós.

Falar para a humanidade que se sente senhora de si sobre submissão, subordinação, humilhação é dar a ela a chave da VERDADE e da PAZ, bem como da VIDA ETERNA.

O EVANGELHO ainda e sempre será o "PODER DE DEUS PARA TODO AQUELE QUE CRÊ".

PENSE nisso!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

1 Pedro 5:8,9

1 Pedro 5:8,9 "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo."


Pelo dicionário, sobriedade tem a ver com "moderação, temperança, equilíbrio, contido no comer e no beber".

Na BÍBLIA, ao chamar a atenção sobre "não se embriagar com vinho através do qual surge a devassidão ou dissolução" (Efésios 5), temos a adequação exata do que o apóstolo requer dos crentes. 

Associar com o estrago do álcool é interessante para pensar nas definições ora dadas pelo dicionário, inclusive pensando no escândalo que gera a embriaguez.

O tempero do cristão genuíno é "encher-se do ESPÍRITO SANTO" (Efésios 5), pois somente ELE pode dar o acabamento no caráter humano, aproximando do caráter de CRISTO.

Não é presunção desejar e buscar ser parecido com JESUS considerando sermos "cristãos".

Temos nos dado mal em muitas coisas, até mesmo no "padrão de fiéis" (1 Timóteo 4) por estarmos nos embriagando de desejos humanos, centrados em nós mesmos e distantes de "apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus" (Romanos 12).

Vemos diluídas nossas vidas na embriaguez da carne, na devassidão de um mundo onde o governo muitas vezes está subordinado ao diabo, inimigo mortal de todos nós - e não vigiamos o suficiente, dando lugar à carne.

Resistir a nós mesmos é um passo importante, pois assim evitaremos a direção do pecado e da desobediência, do desgradar a DEUS - e consequentemente, resistência e guerra contra o devorador que está em derredor.

Ter fé é bonito, mas resistir em fé ao diabo nos dará condições de obtermos êxito nesta vida para a VIDA.

Nada novo, considerando os versos propostos e nada exclusivo a nós.

Tantos passaram e passam por tais propostas, daí a razão de persistirmos até nosso encontro com JESUS.

Sejamos "fortes e combatentes".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Atos 16:9

Atos 16:9 "Passa à Macedônia, e ajuda-nos"

Por amor a almas carentes da GRAÇA, nosso DEUS mexe em todas as estruturas do universo.

Primeiro as estruturas celestes se abalam, trazendo ao planeta o FILHO DE DEUS (Lucas 1) .

Segundo: "foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia" (Atos 16:6), ou seja, o céus estavam interessados numa região e em pessoas daquele lugar. Paulo é impedido.

Terceiro: Negamos e limitamos nosso DEUS em suas formas de ação, mas ELE não está sujeito ao que pensamos ou acreditamos. ELE vai, fala e age da forma que lhe apraz (Atos 16:10).

Quarto: Se DEUS quer salvar uma alma, que vale mais que o mundo todo, ELE mesmo remanejará os seus vocacionados, sustentará e lhes dará o que falar.

Quinto: Onde DEUS passa, aceitemos ou não, a sua PALAVRA gera resultados, frutos, gente convertida.

Pensando nisso, o resultado é que o ESPÍRITO sopra onde quer (João 3:8), DEUS chama quem e quantos quer, o ESPÍRITO convence e a frase "agindo DEUS quem impedirá" (Is 43.13) pode ser entendida, à luz deste verso, "impedindo DEUS quem agirá?

"E uma certa mulher, chamada Lídia, ..., nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia" (Atos 16:14). 

Lídia chama Paulo à sua casa e vemos a família convertida: "entrai em minha casa, e ficai ali" (Atos 16:14,15).

O universo de ação divina não pode ser colocado no universo da mente humana - jamais!

Que DEUS nos abra o entendimento para as coisas do ESPÍRITO SANTO (Romanos 8 e 1 Coríntios 2).

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Lucas 6:46

Lucas 6:46 "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando"

Ao lermos que há ligação entre ter JESUS como SENHOR e obedecer seus ensinos, logo perceberemos o quanto distantes estarmos de afirmar que somos de fato gente DELE.

Não pode um ramo estar ligado ao tronco principal e não produzir frutos - logo será arrancado.

A lógica da filiação é não somente pronunciar poeticamente o "ser filho de DEUS", mas de fazer o que é mandado. 

Somos rebeldes por querermos ser senhores de nossa vida tendo DEUS apenas como um benefício para a eternidade.

Usamos seu NOME, mas jamais nos relacionamos com nosso proprietário como tal - somos enganados por nós mesmos e conscientemente.

Desde o Édem tem sido esta a atitude humana: queremos o benefício do jardim, mas desejamos mesmo é ouvir a serpente e sermos como DEUS - governantes e livres.

No entanto deveríamos refletir que JESUS nos chama já nos tendo dado a VIDA, assim como fora com Adão e Eva.

Então, ao chamarmos JESUS de SENHOR, ajamos de acordo com aquilo que falamos.

Não poucos professam sua fé em JESUS e depois caem fora, não cumprindo seus votos.

Isto pela imaginação fértil de que este mundo lhe basta e que viver a vida aqui é o processo final, imaginando que e vivendo sem pensar na humanidade.

Quem nos cega é o mesmo diabo que propôs a Adão uma "visão" melhor sobre tudo, e o derrotou - assim continuamos.

O fim desta jornada é tão certo quanto o respirar diário - resta saber se ao morrermos iremos ao lado de Cristo ou ao lado de satanás - os destinos estão propostos: qual será o seu?


Hebreus 11:17

Hebreus 11:17 "Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito"

Este verso surge para nos testar quanto à confiança em DEUS, no que cremos e no que de fato esperamos.

Estamos tão imersos nesta vida, que perdemos a visão do real destino que nos foi prometido.

Nesta mesma menção de Abraão veremos o desafio de ser peregrino, de não estar amarrado à matéria e sabendo que tudo é volátil e passageiro (13-16).

Abraão não vem na galeria de Hebreus apenas para figurar numa "calçada da fama".

Ensina-nos sobre dar o melhor, crer que seu melhor ainda está por vir, e ainda perceber que entregando seu melhor, DEUS seria a sua recompensa.

Quando ofereceu seu "Unigênito", mesmo em figura, nem imaginava que DEUS o repetiria no futuro, oferecendo JESUS, seu "Unigênito" (João 3:16).

Os adeptos das seitas contra dízimos e dar o melhor para DEUS, desconhecem esta geração de pessoas que deram seu melhor.

Dizimou a Melquisedeque (Genesis 14:20) antes mesmo da Lei, num reflexo de JESUS ensinando fariseus a "não se omitirem de dar" (Mateus 23:23).

Se DEUS nos deixa exemplo na BÍBLIA, por que motivo teimamos em "desobedecer", em "não crer" e "não esperar"?


"Todos os dízimos da terra - seja dos cereais, seja das frutas - pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor" (Levítico 27:30), "Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: 'Como é que te roubamos?' Nos dízimos e nas ofertas" (Malaquias 3:8), "Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa" (Malaquias 3:10), "Honre o Senhor com todos os seus recursos" (Provérbios 3:9-10).

E por fim, para aprendermos com a PALAVRA: "Deem e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês" (Lucas 6:38) e "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas" (Mateus 23:23)

Bem, podemos escolher se seremos ou não responsáveis pela obra de DEUS na Terra, se seremos fieis no sustento da Casa de Deus, se aceitaremos dar para receber ou se apenas estaremos pedindo, pedindo e pedindo - como crianças mimadas e teimosas.

Eis o grande desafio de Abraão e de cada filho de DEUS.

ELE não poupou seu FILHO.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Mateus 6:10

Mateus 6:10 "Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu"


Quando olharmos para a humanidade, realmente o que percebemos são pessoas interessadas em suas próprias vontades, pedindo por saberem que receberão e que terão seus gostos realizados.

No entanto, quando nos deparamos com JESUS, concentrando seus ensinos sobre ORAÇÃO na VONTADE DE DEUS, logo saberemos que na sua maior angústia, ainda que sendo DEUS, possuindo toda autoridade divina e poder, abrirá mão de toda sua existência material para ser impregnado pela dor da cruz.

E que dores sentiu ao dizer ao PAI: "se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres" (Mat 26:39).

Que lição preciosa para cada servo de DEUS.

Neste mundo hedonista, pedir para ser feita a vontade do

Neste mundo pedir para que seja feita a vontade de outrem é utópico.

Porém este é o ensino de nosso SENHOR, que ultrapassa a noção de uma humanidade decaída.

Por isso, quando somos chamados de filhos de DEUS, devemos levar a sério a sua forma de encarar a VONTADE DO PAI e a aceitarmos de fato como a melhor para nós.

Isto é apenas para quem é filho, pois os demais continuarão no frenesi absurdo que cerca o mundo.

DEUS se apiede de nós.

Discipulado - Apostila

Introdução

Nosso Senhor Jesus Cristo ordenou que seus servos fossem um só corpo com Ele, unidos uns aos outros pela confissão da mesma fé e pela esperança das mesmas promessas. Ele mesmo disse, em Mateus 10.32-33:

32

Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

33

Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.

Visto que pela Graça de Deus vos achais resolvidos a unir-vos aos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo, professando publicamente a vossa fé, exorto-vos a que respondais com sinceridade às perguntas que passo a fazer-vos:

 

1.      Credes em um só Deus, que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo? A trindade, assim, existe em suas funções claras. Deus Pai, criador dos céus e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis; Deus Filho, concebido pelo poder do Espírito Santo, tendo nascido da virgem Maria, tendo morrido pelos nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação; e Deus Espírito Santo, santificador das nossas almas e doador da Vida aos crentes, quem nos convence de nossa natureza pecadora.

2.      Credes que as Sagradas Escrituras, tanto do Antigo como do Novo Testamento, são a Palavra de Deus, sem erro e inspirada pelo Espírito Santo, tendo se utilizado de homens que mesmo sendo pecadores, no momento do “ditar” do Espírito Santo, estavam sob sua tutela e proteção, para que fosse completa, suficiente e inerrante? Fazeis dela sua única regra de fé e prática? E que são falsas e perigosas quaisquer doutrinas e cerimônias que não encontrem na Bíblia respaldo e subsídio? Que qualquer outra palavra que seja acrescentada à palavra seja de forma clara maldita?

3.      Confessais que fostes concebidos em pecado e que por natureza sois incapazes de cumprir perfeitamente a Lei do Senhor, e que estais inclinados a amar e fazer o que a Lei Divina condena?

4.      Credes firmemente que o sangue de Cristo purifica de todo o pecado e que não há outro meio de alcançar perdão de Deus? Não há outra forma de santificar-se senão pela Graça de Jesus Cristo e obra do Espírito Santo?

5.      Estais agora arrependidos do mal que tendes feito diante de Deus e estais resolvidos a fazer uso diligente dos meios de graça por ele ordenados para o bem de seu povo e a seguir os preceitos de sua Lei, deixando de fazer o que ele vos proíbe em sua Palavra, fazendo toda a sua vontade, auxiliados por sua Graça?

6.      Prometeis sujeitar-vos, como membros de sua Igreja, à disciplina e autoridade nela constituídas, enquanto estas estiverem de acordo com a Palavra do Senhor?

7.      Credes que há necessidade de uma vida santa e nova, para agradar a Deus e provar a sinceridade de sua fé?

 

Definições de termos –

CAPÍTULO XXVII - DOS SACRAMENTOS

 

I.          Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.

Ref.  Ron. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor.  10:2-16.

 

II. Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.

Ref.  Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.

 

III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem.

Ref.  Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.

 

IV. Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da palavra legalmente ordenados.

Ref.  Mat. 28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.

 

V. Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas espirituais por eles significados e representados, eram em substância os mesmos que do Novo Testamento.

Ref.  I Cor. 10: 1-4.

 

CAPÍTULO XXVIII - DO BATISMO

 

I.  O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não só para solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas também para servir-lhe de sinal e selo do pacto da graça, de sua união com Cristo, da regeneração, da remissão dos pecados e também da sua consagração a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida.  Este sacramento, segundo a ordenação de Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao fim do mundo.

Ref.  Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom. 4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At. 2:38; Rom. 6:3-4; Mat. 28:19-20.

 

II. O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Ref.  At. 10-47, e 8:36-38; Mat. 28:19.

 

III. Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado por efusão ou aspersão.

Ref.  At. 2:41, e 10:46-47, e 16:33; I Cor. 10:2.

 

IV. Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, mas os filhos de pais crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados.

Ref.  At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal. 3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39.

 

V. Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança, contudo, a graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são batizados.

Ref.  Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut. 28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23.

 

VI. A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo, pelo devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele pertence, adultos ou crianças, segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado.

Ref.  João 3:5, 8; Gal. 3:27; Ef.  5:25-26.

 

VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa.

Ref. Tito 3:5.

 

Catecismo Maior de Westminster

Pergunta 35. Como o pacto da graça é administrado sob o Novo Testamento?

No Novo Testamento, quando Cristo, a substância, se manifestou, o mesmo pacto da graça foi, e continua a ser, administrado pela pregação da Palavra na celebração dos sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor; e, assim, a graça e a salvação se manifestam em maior plenitude, evidência e eficácia a todas as nações.

Mt 28:19-20; I Co 11:23-26; Hb 8.6-7.

 

162. O que é um sacramento?

Um sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo em sua Igreja, para significar, selar e conferir àqueles que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo; para os fortalecer e lhes aumentar a fé e todas as mais graças, e os obrigar à obediência; para testemunhar e nutrir o seu amor e comunhão uns para com os outros, e para distingui-los dos que estão fora.

Mt 28:20;26:26,27; At 2:38;22:16; Rm 4:11;6:4;9:8; I Co 10:16,17,21;11:24-2612:13; Ef 4:3-5; Gl 3:27,29;4:15;5:6.

 

163. Quais são as partes de um sacramento?

As partes de um sacramento são duas: uma, um sinal exterior e sensível usado segundo a própria instituição de Cristo; a outra, uma graça interior e espiritual significada pelo sinal.

Veja-se Confissão de Fé, Cap. XXVII, seção II e as passagens ali citadas.

 

Pergunta 164. Quantos sacramentos instituiu Cristo sob o Novo Testamento?

Sob o Novo Testamento, Cristo instituiu em sua Igreja somente dois sacramentos: o Batismo e a Ceia do Senhor.

Mt 26:26,27;28:19; I Co 11:23-26.

 

Pergunta 165. O que é Batismo?

Batismo é um sacramento no Novo Testamento no qual Cristo ordenou a lavagem com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para ser um sinal e selo de nos unir a si mesmo, da remissão de pecados pelo seu sangue e da regeneração pelo seu Espírito; da adoção e ressurreição para a vida eterna; e por ele os batizandos são solenemente admitidos à Igreja visível e entram em um comprometimento público, professando pertencer inteira e unicamente ao Senhor.

Mt 28:19; Mc 1:4; Jo 3:5; I Co 15:29; Rm 6:3,4;Gl 3:27; Gl 3:26,27; At 2:41;22:16; Tt 3:5; Ap 1:5.

 

Pergunta 166. A quem deve ser administrado o Batismo?

O Batismo não deve ser administrado aos que estão fora da Igreja visível, e assim estranhos aos pactos da promessa, enquanto não professarem a sua fé em Cristo e obediência a Ele; porém as crianças, cujos pais, ou um só deles, professarem fé em Cristo e obediência a ele, estão, quanto a isto, dentro do pacto e devem se batizadas.

Gn 17:7-9; Lc 18:16;  At 2:38,39,41; I Co 7:14; Rm 11:16; Cl 1:11,12; Gl 3:17,18,29.

 

Pergunta 167. Como devemos tirar proveito de nosso Batismo?

O dever necessário, mas muito negligenciado, de tirar proveito de nosso Batismo deve ser cumprido por nós durante toda a nossa vida, especialmente no tempo de tentação, quando assistimos à administração desse sacramento a outros, por meio de séria e grata consideração de sua natureza e dos fins para os quais Cristo o instituiu, dos privilégios e benefícios conferidos e selados por ele e do voto solene que nele fizemos por meio de humilhação devida à nossa corrupção pecaminosa, às nossas faltas, e ao andarmos contrários à graça do Batismo e aos nossos votos; por crescermos até à certeza do perdão de pecados e de todas as mais bênçãos a nós seladas por esse sacramento; por fortalecer-nos pela morte e ressurreição de Cristo, em cujo nome fomos batizados para mortificação do pecado e a vivificação da graça e por esforçar-nos a viver pela fé, a ter a nossa conversação em santidade e retidão como convém àqueles que deram os seus nomes a Cristo, e a andar em amor fraternal, como batizados pelo mesmo Espírito em um só corpo.

Sl 22:10,11; Rm 4:11,12;6:2-5,22; I Co 1:11,13;12:13,25,26; I Pe 3:21; Gl 3:26,27.

 

Pergunta 176. Em que concordam os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?

Os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor concordam em ser Deus o autor de ambos; em ser Cristo e os seus benefícios a parte espiritual de ambos; em ambos serem selos do mesmo pacto, em não deverem ser administrados senão pelos ministros do Evangelho, e em deverem ser continuados na igreja de Cristo até a sua segunda vinda.

Mt 26:27,28;28:19,20; Mc 28:19; Rm 4:11;6:3,4; I Co 10:16;11:23,26; Cl 2:11.

 

Pergunta 177. Em que diferem os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?

Os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor diferem em dever o Batismo ser administrado uma vez só, com água, para ser sinal e selo da nossa união com Cristo, e administrado também às crianças; enquanto que a Ceia do Senhor deve ser celebrada freqüentemente, com os elementos de pão e vinho, para representar e mostrar Cristo como o alimento espiritual para a alma, e para confirmar a nossa permanência e crescimento nele, e isso apenas para aqueles que têm idade e condições de se examinarem a si mesmos.

Mt 3:11; Jo 6:51-53; At 2:38,39;  I Co 7:14;10:16;11:26,28; Gl 3:27; Cl 2:19.

 

Pergunta 154. Quais são os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação?

Os meios exteriores e ordinários, pelos quais Cristo comunica à sua Igreja os benefícios de sua mediação, são todas as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os Sacramentos e a Oração; todas essas ordenanças se tornam eficazes aos eleitos em sua salvação.

Mt 28:19-20; At 2:42,46; I Tm 4:16; I Co 1:21; Ef 5:19,20;6:17,18.

Comentário: Os reformadores de Westminster, agora desenvolvem o seu raciocínio dizendo que uma vez salvos os cristãos devem se valer dos meios de graça para o seu contínuo crescimento. Os meios exteriores da graça são a Palavra, os sacramentos e a oração. O símbolo de Westminster nos ensina, que estes são os meios pelos quais Cristo comunica as bênçãos da redenção aos seus eleitos, a saber, aos que crêem em Jesus Cristo.

Muito do sucesso da igreja primitiva estava no uso correto destes meios da graça que o Senhor estabeleceu, isto é enfatizado por Lucas em atos dos apóstolos, no texto acima, a razão do sucesso da igreja do primeiro século, estava associada ao uso corretos dos meios da graça que o Senhor os havia entregue, vemos claramente a referência a Palavra na expressão doutrina dos apóstolos, vemos referência aos sacramentos aqui com a referência ao partir do pão, e vemos que esta igreja vivia em plena harmonia, e unidade orando ao Senhor.

Lucas na continuidade deste texto demonstra os resultados benéficos de tudo isto:

“Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor. Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham. Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um. Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade. Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.”

 

Profissão de Fé – é o ato, através do qual, aqueles que foram tocados eficazmente pela mensagem salvadora do evangelho, proclamam e reconhecem publicamente a pessoa de Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor. É necessária para mostrar que obedeceu à Palavra de Deus como ordena em Mateus 10.32-33. É também uma forma de demonstrar algo ocorrido dentro de cada um de nós pela ação do Senhor, conforme Romanos 10.9. E para que testemunhemos de modo verdadeiro algo que de fato cremos como alguém que sabe quem é Jesus, conforme Atos 1.8. Na verdade relatamos pela Profissão de Fé aos que nos ouvem e vêem algo que de fato mudou nossa vida e que se tornou alvo principal de nossa fé e vida. Resumidamente estaremos aptos a cumprir com uma exigência do Senhor, uma necessidade pessoal e uma forma de podermos testemunhar corretamente da fé.

 

Quando testemunhamos na igreja visível algo como nossa experiência com Deus, somos habilitados a participar dos sacramentos dados pelo Senhor. Podemos inserir nossos filhos como participantes da promessa, batizando-os e ainda poderemos participar da vida administrativa da igreja, escolhendo e votando lideranças e podendo ser votado.

 

Sobre a Palavra de Deus – a Bíblia

Pergunta 155. Como a Palavra se torna eficaz para a salvação?

O Espírito de Deus torna a leitura, e especialmente a pregação da Palavra, um meio eficaz para iluminar, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar toda confiança em si mesmos e os atrair a Cristo; para os conformar à sua imagem e os sujeitar à sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os edificar na graça e estabelecer os seus corações em santidade e conforto mediante a fé para a salvação.

Jr 23:28,29;Sl 19:11. Leia-se Atos 8:27-38. At 2:37,41;17:11,12;20:32;26:18; Mt 4:7,10; Rm 6:17;10:14,17;16:25; I Co 3:4-11;Sl 19:11;II Co 3:4-11,18;10:4,5;Cl 1:27,28;Ef 4:11,12;6:16,17;II Tm 3:15-17;I Ts 3:2,13; Hb 4:12.

 

Pergunta 156. A Palavra de Deus deve ser lida por todos?

Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra publicamente à congregação, contudo os homens de todas as condições têm obrigação de lê-la em particular para si mesmos e com as suas famílias; e para este fim as Santas Escrituras devem ser traduzidas das línguas originais para as línguas vulgares.

Dt 6:6,7;17:18,19; Is 34:16; Jo 5:39; Sl 78.5,6; I Co 14:18,19.

 

Pergunta 157. Como a Palavra de Deus deve ser lida?

As Santas Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente Ele pode habilitar-nos a entendê-las; com desejo de conhecer, crer e obedecer à vontade de Deus nelas revelada; com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação, aplicação, abnegação e oração.

Dt 11:13,14; Sl 1:2;119:18,97; II Cr 34:21; Ne 8:5; Is 66:2; Pv 3:5; Mt 13:23; Mc 4:20; Lc 22:44-48;24:45; At 2:38,39;8:30,34;17:11; I Ts 2:13; II Pe 1:16-21;2:2; Gl 1:15,16;Tg 1:21,22.

 

Pergunta 158. Por quem a Palavra de Deus deve ser pregada?

A Palavra de Deus deve ser pregada somente por aqueles que têm dons suficientes, e são devidamente aprovados e chamados para o ministério.

Ml 2:7; Rm 10:15; I Co 12:28,29;  I Tm 3:2,6;4:14; II Tm 2:2.

 

Pergunta 159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados?

Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas.

Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.

 

Pergunta 160. Que se exige dos que ouvem a Palavra pregada?

Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam nos seus corações e produzam os devidos frutos em suas vidas.

Dt 6:6,7;Sl 84:1,2,4;119:11,18; Lc 8:18; I Pe 2:1,2; Ef 6:17,18; At 17:11; Hb 2:1;4:12; Tg 1:21.

 

Pergunta 3. Que é a Palavra de Deus?

As Escrituras Sagradas – o Velho e o Novo Testamento – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência.

Is 8:20; Lc 16:29,31; Gl 1:8,9; II Tm 3:15-17; II Pe 1:19-21.

 

Pergunta 4. Como podemos saber se as Escrituras são a Palavra de Deus?

Podemos saber que as Escrituras são a Palavra de Deus, pela sua majestade e pureza, pela harmonia de todas as suas partes e pelo propósito do seu conjunto, que é dar a Deus toda a glória; pela sua luz e poder para convencer e converter os pecadores e para edificar e confortar os crentes para a salvação. O Espírito de Deus, porém, dando testemunho, pelas Escrituras e juntamente com elas, no coração do homem, é o único capaz de persuadir plenamente de que elas são a própria Palavra de Deus.

Sl 19:7-9; Jo 16:13,14; At 10:43; Rm 16:25-27; Hb 4:12; I Co 2:6-9.

 

Pergunta 5. O que as Escrituras principalmente ensinam?

As Escrituras ensinam, principalmente, o que o homem deve crer sobre Deus, e o dever que Deus requer do homem.

Jo 20:31; II Tm 1:13.

 

Livros do Novo Testamento

Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos por vários autores em várias épocas e lugares. Ao contrário do Velho Testamento, o Novo foi escrito em um curto espaço de tempo, durante um século ou um pouco mais. A seguir, uma lista dos livros do Novo Testamento, seguidos pelos autores que a tradição, baseada no testemunho dos pais apostólicos, costuma atribuir.

Evangelhos

A palavra evangelho significa "Boa Nova", e refere-se ao nascimento do Messias prometido. Os evangelhos focam a vida, morte, e ressurreição de Jesus, bem como os seus ensinamentos. A origem dos evangelhos é objeto de controvérsia. Os seus autores procuraram fixar por escrito aquilo que até então circulava de boca em boca. Há opiniões divergentes.

 Evangelho de Mateus -- Mateus, cobrador de impostos e apóstolo. Há quem afirme que foi o segundo dos evangelhos. Mateus terá conhecido o texto de Marcos.

 Evangelho de Marcos -- Marcos, seguidor de Pedro e também de Paulo. Terá sido provavelmente o primeiro dos evangelhos. Há quem o afirme, apesar de seguir o evangelho de Mateus.

 Evangelho de Lucas -- Lucas, seguidor de Paulo. O terceiro evangelho. Lucas também conhece o texto de Marcos.

 Evangelho de João -- João, pescador e apóstolo. O 4º evangelho.

História

A história dos primeiros cristãos após a morte de Cristo é relatada no livro de Atos, de autoria atribuída a Lucas.

Epístolas Paulinas

As Cartas Paulinas (ou Corpus Paulinum) são as epístolas que tradicionalmente se atribuem a Paulo (para raciocínios mais modernos, veja a seguir sobre a Autoria). Seus nomes assentam nos grupos cristãos ou pessoas a quem elas são dirigidas.

Romanos - Paulo

I Coríntios - Paulo

II Coríntios - Paulo

Gálatas - Paulo

Efésios - Paulo

Filipenses - Paulo

Colossenses - Paulo

I Tessalonicenses - Paulo

II Tessalonicenses - Paulo

I Timóteo - Paulo

II Timóteo - Paulo

Tito - Paulo

Filemon - Paulo

Hebreus - anônima, tradicionalmente atribuída a Paulo.

Outras Epístolas - Gerais

Tiago - Tiago, o "irmão do Senhor"

I Pedro - Pedro

II Pedro - Pedro (alguns estudiosos atualmente acreditam que tenha tido um outro autor)

I João - João (as epístolas joaninas são ocasionalmente atribuídas a membros da sua comunidade de discípulos, embora esta primeira carta se assemelhe bastante ao estilo e vocabulário do evangelho atribuído a João)

II João - João

III João - João

Judas - Judas, irmão de Tiago.

Profecia

Apocalipse - Tradicionalmente identificado com João.

 

Critérios de Canonicidade

I.                   Apostolicidade - Um livro seria aceito se tivesse sido escrito por um apóstolo, ou por alguém do círculo apostólico. Se observarmos os escritores do Novo Testamento, poderemos notar essa condição. Mateus, João, Pedro e Paulo foram apóstolos; Tiago e Judas eram primos de Jesus; Marcos era associado na redação de seu Evangelho com Pedro; Lucas era associado de Paulo no trabalho missionário. O autor de Hebreus, se não for Paulo, é alguém que se situava no círculo apostólico (Hebreus 2:3-4). Assim, todo o Novo Testamento está ligado aos apóstolos de Jesus, que tinham sido especialmente designados por ele como porta-vozes autorizados. A antiguidade do livro, assim como a presença de doutrina apostólica aceita como padrão também contaria. É por este critério que Hebreus, Judas, Apocalipse e outros tiveram dificuldades para serem reconhecidos, pois sua autoria apostólica não era clara. Por outro lado, a atribuição do Didaquê, da Epístola de Clemente e do Pastor de Hermas, a personagens neo-testamentários (apóstolos, Filipenses 4:3 e Romanos 16:4) levou alguns a pensarem que os livros tinham caráter inspirados o suficiente para fazerem parte da Bíblia. A igreja antiga procurava distinguir livros autoritativos, dos livros úteis, como a Epístola de Barnabé.

II.                Receptividade - A igreja receptora deveria ser a testemunha do uso contínuo do documento e de sua origem apostólica. Este critério que decorre do anterior, atrapalhou muito as chamadas "Epístolas Gerais" por não serem dirigidas a uma só igreja e, portanto, carecerem de apoio específico no testemunho de sua origem apostólica. O fato de um livro estar sendo lido em público na igreja seria um fator muito importante para sua aceitação (1 Tessalonicenses 5:27; 2 Tessalonicenses 3:14-15; Colossenses 4:16; Apocalipse 1:3; 3 João 9).

III.            Catolicidade do livro - Escrito para todas as pessoas da época. Deveria também ser conhecido universalmente, isto é, ter sido aceito por todas as igrejas.

IV. Consistência doutrinaria - Seguia os parâmetros como o usado pelos judeus na formação do Antigo Testamento, os textos contidos no cânon deveriam seguir o ensino de Jesus e dos apóstolos, que era determinado pela ortodoxia – tradição vigente na Igreja. Critério esse que retirou vários livros considerados não tão colaboradores com as doutrinas e rejeitaria (como rejeitou) facilmente as obras consideradas heréticas, devido ao claro conteúdo de quebra com a tradição, transformando elas em apócrifas. O que faz pensar que também idéias que quebrassem os interesses político-religiosos da Igreja seriam rejeitados.

IV.             Inspiração – Os livros que se submetiam ao julgamento era julgados pelos seus próprios conteúdos, após sua leitura. Segundo Kümmel os livros apócrifos estavam mais influenciados por ideais helenísticos.

 

Livros do Antigo Testamento

Pentateuco

Gênesis

Êxodo

Levítico

Números

Deuteronômio

 

Livros Históricos

Josué

Juízes

Rute

I Samuel

II Samuel

I Reis

II Reis

I Crônicas

II Crônicas

Esdras

Neemias

Ester

           

Livros Poéticos e Sapienciais

Salmos

Provérbios

Eclesiastes

Cânticos dos Cânticos

Livros Proféticos

Isaías

Jeremias

Lamentações de Jeremias

Ezequiel

Daniel

Profetas menores

Oséias

Joel

Amós

Obadias

Jonas

Miquéias

Naum

Habacuque

Spfonias

Ageu

Zacarias

Malaquias

 

DA ESCRITURA SAGRADA

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda.  Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor.  1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa.  8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

 

II.  Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

 

O VELHO TESTAMENTO

Gênesis                Esdras                    Oséias

Êxodo                  Neemias                 Joel

Levítico                Ester                       Amós

Números                                         Obadias

Deuteronômio     Salmos                   Jonas

Josué                   Provérbios              Miquéias

Juízes                   Eclesiastes              Naum

Rute                     Cântico dos            Habacuque

I Samuel                Cânticos               Sofonias

II Samuel            Isaías                      Ageu

I Reis                   Jeremias                 Zacarias

II Reis                  Lamentações          Malaquias

I Crônicas            Ezequiel

II Crônicas          Daniel

 

O NOVO TESTAMENTO

Mateus            Efésios                        Hebreus

Marcos            Filipenses                    Tiago

Lucas              Colossenses                 I Pedro

João                I Tessalonicenses        II Pedro

Atos                 II Tessalonicenses      I João

Romanos        I Timóteo                    II João

I Coríntios       II Timóteo                   III João

II Coríntios     Tito                              Judas

Gálatas            Filemon                      Apocalípse

Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27.

 

III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.

Ref.  Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.

 

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Ref.  II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.

 

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Ref.  I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12.

 

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espíri'to, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

Ref.  II Tim. 3:15-17; Gal.  1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

 

VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas.

Ref.  II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

 

VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam  a esperança pela paciência e conforto das escrituras.

Ref.  Mat.  5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.

 

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

Ref.  At.  15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.

 

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.

Ref.  Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.

 

Sobre a pessoa de Deus e a trindade

Pergunta 7. Quem Deus é?

Deus é Espírito, em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo-suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, onipotente, onisciente, infinito em sabedoria, santidade, justiça, misericórdia, graça e longanimidade; cheio de toda bondade e verdade.

Êx 3:14; 34:6; I Rs 8:27; Sl 90:2; Is 6:3; Jr 23:24;  Ml 3:6;  Jo 4:24; Rm 11:33;16:27; At 17:24,25; Hb 4:13;  Ap 4:8;15:4.

 

Pergunta 8. Há mais de um Deus?

Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.

Dt 6:4: Jr 10:10; I Co 8:4.          

 

Pergunta 9. Quantas pessoas há na Divindade?

Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas propriedades pessoais.

Mt 3:16-17;28:19; Jo 10:30;II Co 13:13.

 

Pergunta 10. Quais são as propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?

O Pai gerou o Filho, o Filho foi gerado do Pai, e o Espírito Santo é procedente do Pai e do Filho, desde toda a eternidade.

Jo 1:14;15:26; Gl 4:6; Hb 1:5,6.

 

Pergunta 11. Como podemos saber se o Filho e o Espírito Santo são Deus, iguais ao Pai?

As Escrituras revelam que o Filho e o Espírito Santo são Deus iguais ao Pai, atribuindo-lhes os mesmos nomes, atributos, obras e culto, os quais só a Deus pertencem.

Gn 1:2; Jr 23:6; Sl 45:6;104:30; Is 9:6; Mt 28:19; Jo 1:1,3;2:24,25;  At 5:3,4; I Co 2:10,11; II Co 13:13; I Jo 5:20;  Cl 1:16; Hb 9:14.

 

CAPÍTULO II – da Confissão de Fé

DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

I. Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições.  Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, - onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo e terrível em seus juizos, pois odeia todo o pecado; de modo algum terá por inocente o culpado.

Ref.  Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer.  10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim. 1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3; Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal.  5:5-6; Naum 1:2-3.

 

II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança.  Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas.  Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser.  Todas as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto.  Ele é santíssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos.  Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles.

Ref.  João 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc.  5: 12-14.

 

III.       Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado, nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho.

Ref.  Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; João 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6.

 

Sobre o ser humano – pecador e salvo em Cristo

Pergunta 17. Como criou Deus o homem?

Depois de ter feito todas as demais criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea; formou o corpo do homem do pó, e o da mulher, da costela do homem; dotou-os de almas viventes, racionais e imortais; fê-los conforme a sua própria imagem, em conhecimento, retidão e santidade, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e poder para a cumpri-la, com domínio sobre as criaturas, contudo sujeitos a cair.

Gn 1:27,28;2:7,16,17,22; Mt 10:28; Lc 23:43; Rm 2:14-15; Ef 4:24; Cl 3:10.

 

Pergunta 20. Qual foi a providência de Deus para com o homem, no estado em que ele foi criado?

A providência de Deus para com o homem, no estado em que ele foi criado, consistiu em colocá-lo no Paraíso, designando-o para o cultivar, dando-lhe liberdade para comer do fruto da terra; pondo as criaturas sob o seu domínio; e ordenando o matrimônio para o seu auxílio; em conceder-lhe comunhão com Deus, instituindo o dia de descanso, entrando em um pacto de vida com ele, sob a condição de obediência pessoal, perfeita e perpétua, da qual a árvore da vida era um penhor; e proibindo-lhe comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob pena de morte.

Gn 1:27,28;2:3,8,15,16,17,18; Lc 10:25-28; Rm 5:12-14;10:5.

 

Pergunta 21. Continuou o homem naquele estado em que Deus o criara no princípio?

Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, pela tentação de Satanás, transgrediram o mandamento de Deus, comendo do fruto proibido; e, por isso, caíram do estado de inocência em que foram criados.

Gn 3:6-8,13; II Co 11:3.

 

Pergunta 22. Caiu todo o gênero humano na primeira transgressão?

O pacto, sendo feito com Adão, como um representante legal, não para si somente, mas para toda a sua posteridade, todo o gênero humano, descendendo dele por geração ordinária, pecou nele e caiu com ele naquela primeira transgressão.

Gn 2:17; At 17:26; I Co 15.21,22.

 

Pergunta 23. A que estado a queda trouxe a humanidade?

A queda trouxe a humanidade a um estado de pecado e miséria.

Rm 5:12; Gl 3:10.

 

CAPÍTULO VI

DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO

 

I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido.  Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória.

Ref.  Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.

 

II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.

Ref.  Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom.  5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18.

 

III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.

Ref.  At. 17:26; Gen. 2:17; Rom.  5:17, 15-19; I Cor.  15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6.

 

IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais.

Ref.  Rom.  5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.

 

V. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são real e propriamente pecado.

Ref.  Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17.

 

VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas.

Ref.  I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.

 

Sobre o pecado

Pergunta 24. O que é pecado?

Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou a transgressão de qualquer lei por Ele dada como regra à criatura racional.

Rm 3:23; I Jo 3:4; Gl 3:10-12; Tg 4.17.

 

Pergunta 25. Em que consiste a pecaminosidade desse estado em que o homem caiu?

A pecaminosidade desse estado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na falta de retidão na qual este foi criado, e na corrupção da sua natureza, pela qual ele se tornou inteiramente indisposto, incapaz e oposto a tudo o que é espiritualmente bom, e inclinado a todo o mal, e isso continuamente, o que geralmente se chama pecado original, do qual procedem todas as transgressões atuais.

Gn 6:5; Sl 51:5;58:3; Mt 15:19; Rm 3:10-20;5:6,12,19; 8:7-8; Ef 2:1-3;Tg 1:14,15.

 

Pergunta 26. Como o pecado original é transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade?

O pecado original é transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade por geração natural, de maneira que todos os que assim procedem deles são concebidos e nascidos em pecado.

Sl 51:5; Jo 3:6.

 

Pergunta 27. Que espécie de miséria a queda trouxe ao gênero humano?

A queda trouxe sobre o gênero humano a perda da comunhão com Deus, o seu desagrado e maldição; de modo que somos, por natureza, filhos da ira, escravos de Satanás e justamente sujeitos a todas as punições, neste mundo e no vindouro.

Gn 3:8, 24; Lm 3:39; Mt 25:41, 46; Lc 11:21-22; Rm 6:23; Ef 2:2-3; II Tm 2:26; Hb 2:14.

 

Pergunta 28. Quais são as punições do pecado, neste mundo?

As punições do pecado, neste mundo, são: interiores, como cegueira do entendimento, sentimentos depravados, fortes ilusões, dureza de coração, pavor na consciência e afetos torpes; ou exteriores, como a maldição de Deus sobre as criaturas, por nossa causa, e todos os outros males que caem sobre nós, em nossos corpos, nossos nomes, bens, relações e ocupações - juntamente com a própria morte.

Gn 3:17; Dt 28:15; Is 33:14;  Ef 4:18; Rm 1:26,28;2:5;6:21,23; II Ts 2:11.

 

Pergunta 29. Quais são as punições do pecado, no mundo vindouro?

As punições do pecado, no mundo vindouro, são a separação eterna da presença consoladora de, e os mais penosos tormentos na alma e no corpo, sem interrupção, no fogo do inferno para sempre.

Mt 25.41-46; Mc 9:43,47-48; Lc 16:24, 26; Jo 3.16; II Ts 1:9; Ap 14:11.

 

Sobre a Salvação de Deus

Pergunta 30. Deixa Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?

Deus não deixa todos os homens perecerem no estado de pecado e miséria, em que caíram pela violação do primeiro pacto, comumente chamado o pacto das obras, mas, simplesmente por puro amor e misericórdia, livra os eleitos desse estado, e os introduz num estado de salvação, pelo segundo pacto, comumente chamado o pacto da graça.

Rm 3.20-22; I Ts 5:9; Gl 3:10; Tt 1:2;3:4-7.

 

Pergunta 31. Com quem foi feito o pacto da graça?

O pacto da graça foi feito com Cristo, como o segundo Adão; e nEle, com todos os eleitos, como sua semente.

Is 53:10-11; I Co 15.22,45; Ef 1.4; II Tm 1.9; Hb 2.10,11,14.

 

Sobre a Fé

CAPÍTULO XIV - DA FÉ SALVADORA

 

I.  A graça da fé, pela qual os eleitos são habilitados a crer para a salvação das suas almas, é a obra que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério da palavra; por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração, ela é aumentada e fortalecida.

Ref.  Heb.  10:39; II Cor. 4:13; Ef.  1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom.  10:14, 17: I Cor.  1:21; I Ped. 2:2; Rom.  1:16-17; Luc. 22:19; João 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.

 

II. Por essa fé o cristão, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em sua palavra, crê ser verdade tudo quanto nela é revelado, e age de conformidade com aquilo que cada passagem contém em particular, prestando obediência aos mandamentos, tremendo às ameaças e abraçando as promessas de Deus para esta vida e para a futura; porém os principais atos de fé salvadora são - aceitar e receber a Cristo e firmar-se só nele para a justificação, santificação e vida eterna, isto em virtude do pacto da graça.

Ref.  João 6:42; I Tess. 2:13; I João 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb.  11:13; I Tim. 6:8; João1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At.  15: 11.

 

 III. Esta fé é de diferentes graus, é fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos assaltada e enfraquecida, mas sempre alcança a vitória, atingindo em muitos a uma perfeita segurança em Cristo, que é não somente o autor, como também o consumador da fé.

Ref.  Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I João 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2.

 

Pergunta 35. Como o pacto da graça é administrado sob o Novo Testamento?

No Novo Testamento, quando Cristo, a substância, se manifestou, o mesmo pacto da graça foi, e continua a ser, administrado pela pregação da Palavra na celebração dos sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor; e, assim, a graça e a salvação se manifestam em maior plenitude, evidência e eficácia a todas as nações.

Mt 28:19-20; I Co 11:23-26; Hb 8.6-7.

 

Pergunta 36. Quem é o Mediador do pacto da graça?

0 único Mediador do pacto da graça é o Senhor Jesus Cristo, que sendo o eterno Filho de Deus, da mesma substância e igual ao Pai, na plenitude do tempo fez-se homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas perfeitas e distintas e uma só pessoa para sempre.

Jo 1:1;10:30; ITm 2:5; Fp 2:5-11; Gl. 4:4; Cl 2:9.

 

Jesus Cristo

Pergunta 38. Por que era indispensável que o Mediador fosse Deus?

Era indispensável que o Mediador fosse Deus, para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair sob a ira infinita de Deus e o poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna.

Lc 1:69, 71, 74; Jo 15:26;  At 2:24;20.28; Rm 1:4;3.24-26; Ef 1:6; Tt 2:14; Hb 5:9.

 

Pergunta 39. Por que era indispensável que o Mediador fosse homem?

Era indispensável que o Mediador fosse homem, para poder soerguer a nossa natureza e possibilitar a obediência à lei, sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e solidarizar-se com as nossas enfermidades, para que recebêssemos a adoção de filhos, e tivéssemos conforto e acesso, com confiança ao trono da graça.

Rm 5:19; Hb 2:14;4:14,15,16;7:24-25; Gl 4:5.

 

Pergunta 40. Por que era indispensável que o Mediador fosse Deus e homem em uma só pessoa?

Era necessário que o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse, ele mesmo, Deus e homem, e isto em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza pudessem ser aceitas por Deus a nosso favor, e que nós confiássemos nelas como as obras da pessoa inteira.

Mt 1:21,23;3:17; I Pe 2:6.

 

Pergunta 41. Por que o nosso Mediador foi chamado Jesus?

O nosso Mediador foi chamado Jesus, porque salva o seu povo dos pecados deles.

Mt 1:21,23.

 

Pergunta 42. Por que o nosso Mediador foi chamado Cristo?

O nosso Mediador foi chamado Cristo porque foi, acima de toda a medida, ungido com o Espírito Santo; e assim separado e plenamente revestido com toda autoridade e poder para exercer os ofícios de profeta, sacerdote, e rei de sua igreja, tanto no estado de sua humilhação, como no de sua exaltação.

Sl 2.6; Mt 28.18-20; Lc  4:14,18,19,21; Jo 3:34; At. 3:22; Hb 4:14,15;5:5,6; Ap 19:16; Is 9:6.

 

Pergunta 46. Qual foi o estado de humilhação de Cristo?

O estado de humilhação de Cristo foi aquela baixa condição, na qual, por amor de nós, esvaziando-se da sua glória, Ele tomou para si a forma de servo, em sua concepção e nascimento, em sua vida, em sua morte, e, depois de sua morte, até à sua ressurreição.

II Co 8:9; Gl 4.4; Fp 2:6-8. 

 

Pergunta 51. Qual foi o estado de exaltação de Cristo?

O estado de exaltação de Cristo compreende sua ressurreição, ascensão, o assentar-se ele à destra do Pai, e  sua segunda vinda para julgar o mundo.

Lc 24:51; At 1:9-11;17:31; I Co 15:4;  Ef 1:20. 

 

Pergunta 52. Como Cristo foi exaltado em sua ressurreição?

Cristo foi exaltado em sua ressurreição, em não ter visto a corrupção na morte (pela qual não era possível que Ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as suas propriedades essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a esta vida), tendo-se realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, pelo seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho de Deus, por haver satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que tinha o poder sobre ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto fez Ele na sua capacidade representativa, corno Cabeça da sua Igreja, para a justificação e vivificação dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe assegurar a sua ressurreição dos mortos no último dia.

Sl 16:10; Lc 24:39; Jo 10:18;  At 2:24; Rm 1:4;4:25;14:9; I Co 15:17,20,21,22,25,26; Ef 1:22-23;2:5-6; I Ts 4:13-18; Hb 2:14; Ap 1:18. 

 

Pergunta 53. Como Cristo foi exaltado em sua ascensão?

Cristo foi exaltado em sua ascensão em ter, depois de sua ressurreição, aparecido muitas vezes aos seus apóstolos e conversado com eles, falando-lhes das coisas pertencentes ao  reino de Deus, impondo-lhes o dever de pregarem o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de quarenta dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça, triunfando sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens, elevar os nossos afetos e preparar-nos um lugar, onde Ele está e estará até à sua segunda vinda, no fim do mundo.

Sl 68:18; Mt 28:19; Jo 14:2-3;  At 1:2,3,9;3:21; Hb 6:20; Ef 4:8,10; Cl 3:1,2.

 

Pergunta 54. Como Cristo é exaltado em sentar-se à destra de Deus?

Cristo é exaltado em sentar-se à destra de Deus, em ser Ele, como Deus-homem, elevado ao mais alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória, e poder sobre todas as coisas no céu e na terra, em reunir e defender a sua Igreja e subjugar os seus inimigos; em suprir seus ministros e ao seu povo dons e graças, e em fazer intercessão por eles.

Jo 17:5; At 2:28; Rm 8:34;  I Pe 3.22; Ef 1:22;4:11-12; Fp 2:9; Fp 2:9.

 

Pergunta 60. Aqueles que nunca ouviram o Evangelho, e, por conseguinte, não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle crêem, poderão ser salvos por viver segundo a luz da natureza?

Aqueles que nunca ouviram o Evangelho e não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle crêem, não poderão se salvar, por mais diligentes que sejam em conformar suas vidas à luz da natureza, ou às leis da religião que professam, nem há salvação em nenhum outro, senão unicamente em Cristo, que é o único Salvador do seu Corpo - a Igreja.

Jo 4:22;8,39,44; At 4:12; I Co 1:21; Rm 1:18-32;3:9-19;10:14; II Ts 1:6-10; Fp 3:4-10;

 

Pergunta 61. Serão salvos todos os que ouvem o Evangelho e vivem na Igreja?

Nem todos os que ouvem o Evangelho e vivem na Igreja visível serão salvos, mas unicamente aqueles que são membros verdadeiros da Igreja invisível.

Mt 7:21;13:41,42; Rm 9:6.

 

Santa Ceia do Senhor

Pergunta 168. O que é a Ceia do Senhor?

A Ceia do Senhor é um sacramento do Novo Testamento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Jesus Cristo, é anunciada a sua morte; e os que dignamente participam dele, alimentam-se do corpo e do sangue de Cristo para sua nutrição espiritual e crescimento na graça; têm a sua união e comunhão com ele confirmadas; testemunham e renovam a sua gratidão e consagração a Deus e o seu mútuo amor uns para com os outros, como membros do mesmo corpo místico.

Mt 26:26,27; I Co 10:16-21;11:23-27.

 

Pergunta 174. Que se exige dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor, na ocasião de sua celebração?

Exige-se dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor que, durante a sua celebração, esperem em Deus, nessa ordenança, com toda a santa reverência e atenção; que diligentemente observem os elementos e os atos sacramentais; que atentamente discriminem o corpo do Senhor, e, cheios de amor, meditem na sua morte e sofrimentos, e assim se despertem para um vigoroso exercício das suas graças, julgando-se a si mesmos e entristecendo-se pelo pecado; tendo fome e sede ardentes de Cristo, alimentando-se nele pela fé, recebendo da sua plenitude, confiando nos seus méritos, regozijando-se no seu amor, sendo gratos pela sua graça e renovando o pacto que fizeram com Deus e o amor a todos os santos.

II Cr 30:21; Zc 12:10; Sl 22:26;63:1; Jr 50:5;  Lc 22:19; Jo 1:16;6:35; At 2:42; I Co 10:17;11:29,31; Gl 2:20;3:1; Fp 3:9; Cl 1:19; I Pe 1:8.

 

Pergunta 175. Qual é o dever dos crentes depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor?

O dever dos crentes, depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor, é o de seriamente considerar como se portaram nele, e com que proveito; se foram vivificados e confortados; devem bendizer a Deus por isto, pedir a continuação do mesmo, vigiar contra a reincidência, cumprir seus votos e  animar-se a atender sempre a esta ordenança; se não acharem, porém, nenhum benefício, deverão refletir novamente, e com mais cuidado, na sua preparação para este sacramento e no comportamento que tiverem na ocasião, podendo, em uma e outra coisa, aprovar-se diante de Deus e de suas próprias consciências, esperando com o tempo o fruto de sua participação; se perceberem, porém, que nessas coisas foram remissos, deverão humilhar-se, e para o futuro participar desta ordenança com mais cuidado e diligência.

I Cr 15:12-14; Is 8:17; Sl 27:4;50:14;77:6;123:1,2;139:23,24; Os 14:2; At 2:42,46,47; I Co 10:12;11:17,25,26,30,31; II Co 2:14;7:11; Rm 11:20.

 

 

CAPÍTULO XXIX - DA CEIA DO SENHOR

 

I. Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja até ao Fim do mundo, a fim de lembrar perpetuamente o sacrifício que em sua morte Ele fez de si mesmo; selar aos verdadeiros crentes os benefícios provenientes. desse sacrifício para o seu nutrimento espiritual e crescimento nele e a sua obrigação de cumprir todos os seus deveres para com Ele; e ser um vínculo e penhor da sua comunhão com Ele e de uns com os outros, como membros do seu corpo místico.

Ref.  I Cor.  11:23-26, e 10: 16-17, 21, e 12:13.

 

II. Neste sacramento não se oferece Cristo a seu Pai, nem de modo algum se faz um sacrifício pela remissão dos pecados dos vivos ou dos mortos, mas se faz uma comemoração daquele único sacrifício que Ele fez de si mesmo na cruz, uma só vez, e por meio dele uma oblação de todo o louvor a Deus; assim o chamado sacrifício papal da missa é sobremodo ofensivo ao único sacrifício de Cristo, o qual é a única propiciação por todos os pecados dos eleitos.

Ref.  Heb. 9:22, 25-26, 28; Mat. 26:26-27; Luc. 22:19-20; Heb. 7:23-24, 27, e 10:11-12, 14, 18.

 

III. Nesta ordenança o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua palavra de instituição, orar, abençoar os elementos, pão e vinho, e assim separá-los do comum para um uso sagrado, tomar e partir o pão, tomar o cálice dele participando também e dar ambos os elementos aos comungantes e tão somente aos que se acharem presentes na congregação.

Ref.  Mar. 14:22-24; At. 20:7; I Cor. 11:20.

 

IV. A missa ou recepção do sacramento por um só sacerdote ou por uma só pessoa, bem como a negação do cálice ao povo, a adoração dos elementos, a elevação ou procissão deles para serem adorados e a sua conservação para qualquer uso religioso, são coisas contrárias à natureza deste sacramento e à instituição de Cristo.

Ref.  I Tim.1:3-4; I Cor. 11:25-29; Mat. 15:9.

 

V. Os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos ordenados por Cristo, têm tal relação com Cristo Crucificado, que verdadeira, mas só sacramentalmente, são às vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o corpo e o sangue de Cristo; porém em substância e natureza conservam-se verdadeira e somente pão e vinho, como eram antes.

Ref.  Mat. 26:26-28; I Cor. 11:26-28.

 

VI. A doutrina geralmente chamada transubstanciação, que ensina a mudança da substância do pão e do vinho na substância do corpo e do sangue de Cristo, mediante a consagração de um sacerdote ou por qualquer outro meio, é contrária, não só às Escrituras, mas também ao senso comum e à razão, destrói a natureza do sacramento e tem sido a causa de muitas superstições e até de crassa idolatria.

Ref.  At. 3:21; I Cor. 11:24-26; Luc. 24:6, 39.

 

VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visíveis deste sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios da sua morte, e nele se alimentam, não carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e espiritualmente, não estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos elementos pão e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes à fé dos crentes nessa ordenança, como estão os próprios elementos aos seus sentidos corporais.

Ref.  I Cor.  11:28, e 10:16.

 

VIII. Ainda que os ignorantes e os ímpios recebam os elementos visíveis deste sacramento, não recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do corpo e do sangue do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de gozar comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem grande pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser admitidos, enquanto permanecerem nesse estado.

Ref.  I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor.  5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.

 

Da Igreja

Pergunta 62. O que é a Igreja visível?

A Igreja visível é uma sociedade composta de todos quantos, em todos os tempos e lugares do mundo, professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos.

Mc 10:13-16; At 2:42;13:1,2;16.31; Rm 3:1-2;15:1-12; I Co 1:2; 7.14;12:12,13.

 

Pergunta 63. Quais são os privilégios especiais da Igreja visível?

A Igreja visível tem o privilégio de estar sob o cuidado e governo especiais de Deus; de ser protegida e preservada em todos os tempos, não obstante a oposição de todos os inimigos; e de gozar da comunhão dos santos, dos meios ordinários de salvação e das ofertas da graça por Cristo a todos os membros dela, no ministério do Evangelho, testificando que todo o que crer nEle será salvo, não excluindo a ninguém que  vier a Ele.

Sl 147:19,20; Mt 16:18; Jo 6:37; At 2:42;13:1,2;16.31; Rm 3:1,2;   I Co 12:28; Ef 4:11,12; Ap 22:17.

 

Pergunta 64. O que é a Igreja invisível?

Igreja invisível é o número completo dos eleitos, que têm sido e que hão de ser reunidos num só corpo sob Cristo, o Cabeça.

Jo 10:16;11:52;Ef 1:10,22,23.

 

Pergunta 65. Quais são os benefícios especiais de que gozam, por meio de Cristo, os membros da Igreja invisível?

Os membros da igreja invisível gozam, por meio de Cristo, de união e comunhão com Ele em graça e glória.

Jo 17:21,24; Ef 2:5,6; I Jo 1:3.

 

Qual a obra de Deus em nós?

Pergunta 70. O que é justificação?

Justificação é um ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual Ele  perdoa todos os seus pecados, aceita e considera as suas pessoas justas aos seus olhos, não por qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas unicamente pela perfeita obediência e plena satisfação de Cristo, a eles imputadas por Deus e recebidas só pela fé.

Rm 3:22,24,25,28;4:5;5:1,17,18,19;11:6-8; II Co 5:19, 21; Gl 2:16;Ef 1:6-7;Fp 3:9;At 10:43.

 

Pergunta 74. O que é adoção?

Adoção é um ato da livre graça de Deus, em seu único Filho Jesus Cristo e por amor dEle, pelo qual todos os que são justificados são recebidos no número de filhos de Deus, trazem em si o seu nome, recebem o Espírito de seu Filho, estão sob o seu cuidado e providências paternais, são admitidos a todas as liberdades e privilégios dos filhos de Deus, são feitos herdeiros de todas as promessas e co-herdeiros com Cristo em glória.

Sl 103:13; Pv 14:26; Mt 6:32; Rm 8:17; I Jo 3:1; Ef 1:5; Gl 4:4,5,6; Jo 1:12; Ap 3:12.

 

Pergunta 75. O que é santificação?

Santificação é a obra da graça de Deus, pela qual os que Deus escolheu antes da fundação do mundo, para serem santos, são, nesta vida, pela poderosa operação do seu Espírito, e pela aplicação da morte e  ressurreição de Cristo, plenamente renovados, segundo a imagem de Deus, tendo as sementes do arrependimento que conduz à vida, e de todas as outras graças salvíficas implantadas em seus corações, e tendo essas graças de tal forma dinamizadas, aumentadas e fortalecidas, assim eles morrem cada vez mais para o pecado e ressuscitam para a novidade de vida.

Rm 6:4-6,14; I Co 6:11;  Ef 1:4;3:16-19;4:23-24; Cl 1:10-11; II Ts. 2:13; Fp 3:10; At 11:18; I Jo 3:9; Jd 20; 

 

Pergunta 76. O que é arrependimento que conduz à vida?

0 arrependimento que conduz à vida é uma graça salvífica, operada no coração do pecador pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, pela qual, percebendo e sentindo, não somente o perigo, mas também a torpeza e odiosidade dos seus pecados, e apreendendo a misericórdia de Deus em Cristo para com os arrependidos, o pecador, tanto se entristece pelos seus pecados e os aborrece, como se volta de todos eles para Deus, se propondo e se esforçando por andar constantemente com Deus em todos os caminhos da nova obediência.

I Sm 7:3;   I Rs 8:47-50; Sl 119:59,128;  Is 8:47-50;30:22; Ez 14:6;16:61,63;18:30,32;36:31; Os 2:6,7;Zc 12:10; Lc 15:17,18;22:61,62;24:47; At 2:37;11:18,20,21;26:18; II Co 7:11;  II Tm 2:25,26.

 

Pergunta 77. Em que sentido a justificação é diferente da santificação?

Ainda que a santificação seja inseparavelmente unida com a justificação, contudo elas são diferentes nisto: na justificação, Deus imputa a justiça de Cristo; e na santificação, o seu Espírito infunde a graça e dá forças para ser praticada. Na justificação, o pecado é perdoado; na santificação, ele é subjugado. A primeira liberta a todos os crentes, igualmente, da ira vingadora de Deus, e isto de maneira perfeita na presente vida, de modo que eles jamais caem na condenação; a segunda não é igual em todos os crentes, e nesta vida não é perfeita em crente algum, todavia sempre avança para a perfeição.

Ez 36:27; Mc 4:28; I Co 1:30;3:1,2;6:11; II Co 5:21;7:1;

Rm 3:24,25;4:6,8;6:6,14;8:1,30,33,34; I Jo 1:8,10; Fp 2:12-14;3:8,9; Ef 4:11-15.

 

Sobre a Oração

Pergunta 178. Que é oração?

Oração é um oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas misericórdias.

Sl 32:5,6;62:8; Dn 9:4; Jo 16:23,24; Rm 8:26; Fp 4:6.

 

Pergunta 179. Devemos orar somente a Deus?

Sendo Deus o único que pode esquadrinhar o coração, ouvir os pedidos, perdoar os pecados e cumprir os desejos de todos, o único em que se deve crer e a quem se deve prestar culto religioso, a oração, que é uma parte especial do culto, deve ser oferecida por todos a ele só, e a nenhum outro.

II Sm 22:32; I Rs 8:39; Is 42:8; Jr 3:23; Sl 65:2;145:16,19; Mq 7:18; Mt 4:10; Lc 4:8; Jo 14:1;  At 1:24; Rm 8:27; I Co 1:2.

 

Pergunta 180. O que é orar em nome de Cristo?

Orar em nome de Cristo é, em obediência ao seu mandamento e em confiança nas suas promessas, pedir a misericórdia por amor dele, não por mera menção de seu nome; porém derivando o nosso ânimo para orar, a nossa coragem, força e esperança de sermos aceitos em oração, de Cristo e sua mediação.

Dn 9:17; Mt 7:21; Lc 6:46; Jo 14:13,14; I Jo 5:13-15; Hb 4:14-16.

 

Pergunta 181. Por que devemos orar em nome de Cristo?

O homem, em razão de seu pecado, ficou tão afastado de Deus que a ele não se pode chegar sem ter um mediador; e não havendo ninguém, no céu ou na terra, constituído e preparado para esta gloriosa obra, senão Cristo unicamente, o nome dele é o único por meio do qual devemos orar.

Jo 6:27; I Jo 14:6; Ef 3:12; I Tm 2:5; Cl 3:17;Hb 7:25-27;13:15.

 

Pergunta 182. Como o Espírito nos ajuda a orar?

Não sabendo nós o que havemos de pedir, como convém, o Espírito nos assiste em nossa fraqueza, habilitando-nos a saber por quem, pelo quê, e como devemos orar; operando e despertando em nossos corações (embora não em todas as pessoas, nem em todos os tempos, na mesma medida) aquelas apreensões, afetos e graças que são necessários para o bom cumprimento desse dever.

Sl 10:17;80:18;Zc 12:10; Rm 8:26.

 

Pergunta 183. Por quem devemos orar?

Devemos orar por toda a Igreja de Cristo na terra, pelos magistrados e outras autoridades, por nós mesmos, pelos nossos irmãos e até mesmo pelos nossos inimigos, e pelos homens de todas as classes, pelos vivos e pelos que ainda hão de nascer; porém, não devemos orar pelos mortos, nem por aqueles que se sabe terem cometido o pecado para a morte.

Gn 32:11; II Sm 7:29; Sl 28:9; Mt 5:44; Jo 17:20; Ef 6:18;Sl 28:9; I Tm 2:1,2; II Ts 1:11;3:1; Cl 4:3; Tg 5:16; I Jo 5:16.

 

Pergunta 184. Pelo quê devemos orar?

Devemos orar por tudo quanto realça a glória de Deus e o bem-estar da Igreja, o nosso próprio bem ou o de outrem; nada, porém, que seja ilícito.

Sl 51:18;122:6;125:4; Mt 6:9;7:11;  I Ts 5:23; II Ts 3:16; I Jo 5:14; Tg 4:3.

 

Pergunta 185. Como devemos orar?

Devemos orar com solene apreensão da majestade de Deus e profunda convicção de nossa própria indignidade, necessidades e pecados; com corações penitentes, gratos e francos; com entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando nele com humilde submissão à sua vontade.

Gn 18:27; Sl 17:1;33:8;5l:17;81:10;86:1;95:6;130:3;144:3;145:18;Mq 7:7; Lc 15:17-19;18:13; Mt 5:23,24;26:39; Jo 4:24; Ef 3:20,216:18; I Co 14:15;Tg 1:6;5:16; I Tm 1:2,8; Hb 10:22.

 

Pergunta 186. Que regra Deus nos deu para nos dirigir na prática da oração?

Toda a Palavra de Deus é útil para nos dirigir na prática da oração; mas a regra especial é aquela forma de oração que nosso Salvador Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos, geralmente chamada “Oração do Senhor”.

II Tm 3:16,17; I Jo 5:14; Mt 6:9-13; Lc 11:2-4.

 

Pergunta 187. Como a Oração do Senhor deve ser usada?

A Oração do Senhor não é somente para direcionamento, como modelo segundo o qual devemos orar; mas também pode ser usada como uma oração, contanto que seja feita com entendimento, fé, reverência e outras graças necessárias para o correto cumprimento do dever da oração.

Mt 6:9; Lc 11:2.

 

Igreja Presbiteriana – Sistema de Governo

Art.1 - A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de Igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição; é pessoa jurídica, de acordo com as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e exerce o seu governo por meio de Concílios e indivíduos, regularmente instalados.

Art.2 - A Igreja Presbiteriana do Brasil tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e verdade, pregar o Evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e “ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Art.3 - O poder da Igreja é espiritual e administrativo, residindo na corporação, isto é, nos que governam e nos que são governados.

§ 1º - A autoridade dos que são governados é exercida pelo povo reunido em assembléia, para:

a) eleger pastores e oficiais da Igreja ou pedir a sua exoneração;

b) pronunciar-se a respeito dos mesmos, bem como sobre questões orçamentárias e administrativas, quando o Conselho o solicitar;

c) deliberar sobre a aquisição ou alienação de imóveis e propriedades, tudo de acordo com a presente Constituição e as regras estabelecidas pelos Concílios competentes.

§ 2º - A autoridade dos que governam é de ordem e de jurisdição.

É de ordem, quando exercida por oficiais, individualmente, na administração de sacramentos e na impetração da bênção pelos ministros e na integração de Concílios por ministros e presbíteros. É de jurisdição, quando exercida coletivamente por oficiais, em Concílios, para legislar, julgar, admitir, excluir ou transferir membros e administrar as comunidades.

 

Sistemas de Governo

Congregacional – todos participam diretamente de todas as decisões.

Episcopal – as principais decisões repousam nas mãos de uma pessoa, o Bispo.

Representativo (Presbiteriano) – onde o povo escolhe o seu representante, através de voto e é por este governado. Nossa base pode ser retirada de êxodo 18.13-26 e Tito 1.5.

 

Liderança

Pastores, Presbíteros e Diáconos. O pastor é presbítero docente (liturgia e ensino) e os outros são regentes (administrativos e de disciplina).

 

Concílios

São os Conselhos da Igreja. O Conselho local de uma igreja é formado por Presbíteros e pastores. Já o Presbitério é formado por pastores de igrejas locais e presbíteros. Sínodo é formado pelos representantes do presbitério. E o Supremo Concílio.

 

Quais são os nossos princípios e por que documentos são administrados?

Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil

Código de disciplina

Princípios de Liturgia – Manual do Culto de Westminster

 

Para ler de forma tranqüila e com o tempo certo. Trata-se de um tema difícil, mas que precisa ser tratado co seriedade. Foi extraído do site do Presbítero Solano Portela, um dos nossos nomes fortes da Teologia e que deve ser levado em consideração. Após a leitura, com certeza surgirão questões. Será de muita importância lidar com isto na presença de seu pastor, levando a ele a dúvida e a perguntando tudo.

A disciplina tem sido colocada num segundo plano na igreja, já que nossa sociedade atual é muito humanista e relativista. Portanto, se temos o desejo de ser chamados povo do Senhor, precisamos entender o que é princípio e nunca negociarmos nossos valores essenciais da fé cristã.

 

Disciplina na Igreja

 


Introdução

Nossas igrejas estão sempre tendo problemas relacionados à disciplina de membros. Se a igreja é fiel e bíblica ao disciplinar, há a necessidade de que todos os membros compreendam as bases bíblicas para tanto; se a igreja é falha, é necessário que todos se conscientizem das razões dadas pelas Escrituras para a aplicação da disciplina e dos perigos e conseqüências de negligenciá-la. Esse é, portanto, um tema sempre relevante. Não se trata de um caminho opcional para a administração da igreja, mas de uma trilha necessária, que deve ser entendida, acatada, apoiada e aplicada, para que tenhamos saúde espiritual em nosso meio.

O exercício da disciplina na igreja é algo tão importante que o reformador João Calvino a considerou, ao lado da proclamação da Palavra e da administração dos sacramentos, uma das marcas que distinguem a igreja verdadeira da falsa. Ou seja, na igreja falsa não somente está ausente a pregação das inspiradas Escrituras e os sacramentos são antibíblicos, ou incorretamente administrados, mas ela é negligente, também, na preservação de sua pureza moral e doutrinária. A igreja, às vezes, não segue os passos e objetivos de disciplina eclesiástica delineados na Palavra de Deus. Quando negligencia essa área, passa a abrir mão da identidade peculiar dos seus membros, perante o mundo. O resultado é que a autoridade na pregação e o testemunho do Evangelho ficam prejudicados.

Não queremos desenvolver um espírito de censura gratuita, no qual enxerguemos sempre o argueiro no olho do irmão antes da trave que está no nosso. Mas precisamos despertar um senso de comportamento bíblico que faça justiça ao nome de Cristo e que não envergonhe o Evangelho. Isso começa com o cuidado sobre a nossa própria vida e deve se estender pela nossa igreja local.

A disciplina, exercida com amor, pelas razões especificadas na Bíblia e com os objetivos que ela prescreve, deve ser exercida na esfera pessoal e apoiada e compreendida quando já estiver na esfera do Conselho da Igreja, ou de outras autoridades superiores.

Queremos examinar alguns textos bíblicos que se relacionam com a disciplina na igreja. Alguns outros tratam igualmente desse assunto, mas os que apresentaremos são fundamentais à nossa compreensão. Com o seu exame, oramos para que sejamos despertados ao apreço da pureza tanto do indivíduo como da igreja visível.

1. O perigo da falta de disciplina

Paulo, escrevendo à igreja da Corinto (1 Co 5.1-13), alerta para os perigosque sobrevêm quando se é negligente na aplicação da disciplina. Nesse trecho lemos:

Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.

E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.

Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, comosois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiropascal, foi imolado.

Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade. Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo.

Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.

Notem, no trecho, os seguintes pontos que o Espírito Santo fez registrar para a nossa instrução:

a. O pecado na igreja entra em choque com o seu caráter santo, mas ele ocorre. Não é negando a realidade de sua existência que resolvemos o problema. No versículo 1, ele diz: "...há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios...". Ou seja, o que estava ocorrendo naquela igreja chocaria até os descrentes, mesmo com sua visão dissoluta.

b. Muitos pecados atingem um estágio público e notório . Esse mesmo versículo 1 começa com as palavras: "Geralmente, se ouve que há entre vós...". A questão não era privada, de mais fácil resolução e aconselhamento, mas já se espalhara, chegando até ao conhecimento de Paulo, que se encontrava distante.

c. Acomodação e orgulho. A falta de ação revelava acomodação da consciência individual e coletiva ao pecado, em forma de rebeldia e soberba. No versículo 2, Paulo se espanta que aqueles irmãos "... não chegaram a lamentar" toda aquela demonstração de vida em pecado. Paulo diz ainda que eles se achavam "ensoberbecidos", ou seja, se orgulhavam da postura tomada em vez de estarem conscientes do mal que era causado ao testemunho do Evangelho. Ainda sobre a ausência de disciplina naquela igreja Paulo diz: "... não é boa a vossa jactância..." (v.6). Eles nada haviam feito, portanto, para "... tirar do meio" o que havia praticado aquilo que o próprio Paulo chama "ultraje" e "infâmia" (v.3). Quando a disciplina não é exercida, nossas consciências vão sendo cauterizadas e conformamo-nos ao modo de comportamento do mundo e, também, deixamos de nos chocar, de identificar o contraste com a forma de vida prescrita para o servo de Deus. Paulo ensina que a ação correta era a exclusão daquele membro (v. 5) - ele deveria ser "entregue a Satanás", ou ser considerado como descrente, pois o seu modo de vida não testemunhava uma conversão verdadeira. Estaria, portanto, sob o domínio de Satanás. Essa constatação não era para ser feita individualmente, mas corporativamente, pela autoridade e no poder de Cristo. No versículo 4 ele escreve: "...em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor...".

d. O perigo especificado. Paulo diz (vs. 6 e 7): "...Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento." A igreja era para ser "massa sem fermento" - pura. A admissão de um pouco de fermento, apenas, atingiria toda a massa. Ou seja, deixar que o comportamento incompatível com a fé cristã permaneça no seio da igreja, sem disciplina, significa pôr em risco a saúde espiritual de toda a comunidade.

e. As marcas da Igreja. Paulo ensina (v. 8) que a igreja deve ser conhecida pela "...sinceridade e verdade..." e não pelo "...fermento da maldade e da malícia".

f. O esclarecimento quanto à associação. Paulo reconhece que o mundo é constituído de impuros. Ele diz que não está ensinando que a igreja deva se isolar do mundo. Existindo no mundo ela terá contato com "...avarentos, ou roubadores, ou idólatras..." (v.10). Mas ele reforça que não deve haver "associação com impuros" (v.9) e explica quem são esses a quem ele chama de impuros, no versículo 11 - é aquele que "...dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador...". Ou seja, é aquele que professa a fé cristã, mas tem comportamento imoral ("impuro"); ou tem afeição descabida pelas suas próprias posses materiais ("avarento"); ou o que distorce a religião verdadeira por sua prática ou ensinamentos ( "idólatra"); ou o que tem o hábito de caluniar ou de espalhar boatos ("maldizente"); ou o que está sob o domínio de substâncias que impedem o comportamento racional ("beberrão") - nas quais estão a bebida alcoólica e, certamente, as drogas -, em vez de sob o controle do Espírito Santo; e, finalmente, o que demonstra ganância e não respeita a propriedade alheia ("roubador").

g. A rigidez da disciplina - A necessidade era a de se exercitar "julgamento interno" (v.12) contra o "malfeitor", expulsando-o do seio da igreja (v. 13). Esse julgamento deveria ser evidente a todos e deveria ser sentido pelo disciplinado; isto é, ele deveria sentir que a comunhão fraterna havia sido atingida pelo seu pecado: "com esse tal, nem ainda comais". Muitas vezes membros, com boas intenções, confundem o desejo legítimo de restauração do disciplinado com um apoio prejudicial ao mesmo. Não se limitam a indicar que estão em oração, mas colocam "panos quentes" na ação do Conselho. Muitas vezes os disciplinados são alvo de um aconchego e atenção após a disciplina que não somente minam a autoridade da igreja, mas são prejudiciais ao próprio disciplinado, que deixa de sentir os efeitos danosos da falta de comunhão que o seu pecado causou. A advertência de Paulo é dura, mas devemos orar a Deus por sabedoria para saber como aplicar essa exortação com respeito a membros disciplinados por pecados graves nas nossas igrejas, de tal forma que eles sintam que algo mudou e que a comunhão procedente do Espírito é restaurada mediante o arrependimento sincero e o testemunho verdadeiro de uma conversão real.

h. O objetivo final - Não podemos esquecer o objetivo final de Paulo com a disciplina, especificado no versículo 5: "...a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus." O objetivo era a salvação daquela alma disciplinada. Essa deve ser também a nossa visão: consciência da necessidade da disciplina, percepção dos perigos da sua falta de aplicação, apoio à sua aplicação correta no caso de comportamento anticristão contumaz, oração e desejo de arrependimento pelo disciplinado.

2. A autodisciplina e o ensino de Jesus sobre os passos da disciplina na igreja

Jesus Cristo, em Mateus 18.15-22, nos deu, de uma forma bem detalhada e inteligível, os passos necessários para o exercício da disciplina corporativa (na igreja). Entretanto, antes que o pecado se concretize em ações contra alguém e antes que atinja um caráter público, a Palavra de Deus nos dá admoestações sobre o exercício da autodisciplina. A palavra grega traduzida como temperança ou autocontrole (egkratea - um dos aspectos do fruto do Espírito, em Gl 5.23) significa, apropriadamente, a disciplina exercida pela própria pessoa, quer pelo estabelecimento de limites próprios, que não devem ser ultrapassados, quer na avaliação dos próprios pensamentos e atitudes que, se concretizados, prejudicariam alguém e desagradariam a Deus. O livro de Provérbios nos fala sobre a importância de controlar nosso próprio espírito (16.32), nossa língua (17.27 - "reter as palavras") e nossa ira (19.11 - "tardio em irar-se" na Versão Corrigida). Certamente o exercício coerente da autodisciplina, na vida dos membros da igreja, reduz a necessidade da disciplina eclesiástica.

O texto de Mateus 18.15-22, diz o seguinte:

Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.


Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Os passos ensinados pelo nosso Senhor Jesus Cristo, para aplicação em nossa vida comunitária, como membros da igreja visível, são esses:

Passo 1 - Contato individual, pessoa a pessoa. Em Mt 18.15, lemos: "Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão". Não devemos esperar que a parte ofensora viesse pedir perdão, quando pecar contra nós. Jesus nos ensina que nós, quando ofendidos, devemos tomar a iniciativa para ter uma conversa discreta e individual com o nosso ofensor. Essa admoestação, em si só, já é importante para o nosso crescimento em santificação. Abordar o ofensor vai contra o nosso orgulho, mas é uma atitude típica da humildade que Cristo requer de nós, como cristãos. Cristo não oferece garantias de que teremos sucesso, mas se o ofensor der ouvidos à nossa admoestação individual, ganharemos o irmão, no sentido em que o impediremos de cometer pecados mais sérios contra outros, bem como construiremos um relacionamento mais sólido, em Cristo, com aquele irmão ou irmã.

Passo 2 - Contato com dois ou três. O versículo 16 aprofunda o contato e o envolvimento corporativo no processo de disciplina. Ele deve ocorrer se o contato individual for infrutífero, se o irmão ou irmã não der ouvidos à abordagem prescrita anteriormente. O v. 16 diz: "Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça". Quando é a hora certa de passar do passo 1 ao passo 2? Devemos pedir a Deus discernimento e sabedoria para ver quando não há mais progresso no contato individual e está caracterizado que a parte ofensora não "quer ouvir". Nesse caso, a abordagem deve ser exercida com mais uma ou duas pessoas, como "testemunhas". Serão testemunhas do problema ocorrido, ou testemunhas do contato que está sendo realizado? Creio que não são testemunhas do problema, pois se o fossem a questão já seria pública e não limitada às duas pessoas, como indica o v. 15. São pessoas que deverão testemunhar e participar do encaminhamento do processo de disciplina, da exortação, do aconselhamento, objetivando que o faltoso "ouça". Não são testemunhas silentes. O verso fala do "depoimento" delas.

Passo 3 - Contato com a Igreja. O versículo 17 apresenta uma mudança enorme no encaminhamento da questão. O faltoso recusou a admoestação individual e a conjunta de dois ou três membros. Jesus, então, determina: "... se ele não os atender, dize-o à igreja...". O "dizer à igreja", em uma estrutura presbiteriana, equivale a relatar ao Conselho. Em uma estrutura Congregacional, relatar à Assembléia. Em qualquer situação, o relato, agora, deve ser feito pelo primeiro irmão ou irmã e pela outra ou outras testemunhas, envolvidas no Passo 2. A continuidade da frase, neste mesmo versículo, mostra que o propósito de "dizer à igreja" continua sendo o da admoestação. Não é só uma questão de veicular notícias, mas a de visar a exortação do ofensor, que agora será feita "pela igreja", ou pelos representantes constituídos e eleitos por ela. Infelizmente, muitos pecados públicos e já amplamente divulgados no seio da comunidade só são tratados a partir deste estágio. Muitas vezes aqueles mais próximos ao faltoso deixaram de aplicar os passos 1 e 2, ao primeiro sinal da ofensa. A igreja é, então, surpreendida com o pecado realizado, divulgado e comentado, restando aos oficiais apenas tomar o processo a partir deste passo. Humanamente falando, quem sabe pecados maiores não teriam sido evitados se a abordagem individual, prescrita por Jesus, tivesse sido realizada.

Passo 4 - Exclusão. No final do versículo 17 Jesus diz "...se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano". A recusa no atendimento às admoestações, a atitude de arrogância e desafio às autoridades, retratada em 2 Pe 2.10-11 e Judas 7-8, devem levar o faltoso à exclusão da igreja visível. Ele (ou ela) deve ser considerado como um descrente ("gentio") e deve ser cortado da comunhão pessoal da mesma forma como os coletores de impostos ("publicanos") eram desprezados pelos judeus. Somente evidências de arrependimento e conversão real poderão restaurar essa comunhão cortada pela disciplina. Com essa exclusão vão-se também os privilégios de membro, como a participação na Santa Ceia, e os demais. Jesus demonstra a necessidade de respaldar essa drástica atitude na sua própria autoridade e na do Pai. Isso ele faz nos vs. 18-19, mostrando o seu acompanhamento e o do Pai, nas questões da igreja que envolvem a preservação de sua pureza. Ele fecha essas instruções com a promessa de sua presença na congregação do povo de Deus (v. 20). Essas são palavras de grande encorajamento para que a igreja não negligencie a aplicação do processo de disciplina em todos esses passos.

3. Outros textos e pontos importantes sobre a disciplina na igreja.

Necessitamos abordar outros pontos adicionais sobre a disciplina na igreja. Os textos seguintes mostram que a disciplina não se restringe apenas ao comportamento imoral ou que deva ser exercida somente contra aqueles que se desviam da prática correta da sexualidade:

a. A disciplina deve ser aplicada contra os que causam dissensão e divisão . Paulo, em Tito 2.15-3.11, diz o seguinte:

Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra,não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens.

Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.

Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador,a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. 

Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis. Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.

Paulo está exortando a Tito para que exerça sua autoridade, como líder da igreja, ensinando, exortando e repreendendo os membros da igreja para que não sejam difamadores e briguentos. Antes, devem ser obedientes, cordatos, corteses, não somente para com os crentes mas para com os descrentes também. Ele lembra a Tito e a nós que características condenáveis já fizeram parte da personalidade e do modo de vida de muitos de nós, antes da salvação, mas pela graça e misericórdia de Deus fomos regenerados pelo Espírito Santo e transformados para as boas obras. Devemos, portanto, evitar discussões fúteis e sobre assuntos secundários que não levam a lugar algum. A pessoa facciosa, que quer causar divisão, deve ser admoestada uma e duas vezes, mas depois disso deve ser evitada, ou seja, excluída, por recusar as advertências e por preferir viver em pecado.

b. Os que ensinam doutrinas falsas, bem como os que as praticam, devem ser disciplinados . Novamente, Paulo, em Ro 16.17-20, ensina que a igreja deve afastar os que causam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina por ele ensinada. O texto diz:

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos.

Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal.

E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco.

Paulo especifica o perigo existente nas palavras daqueles que procuram os seus próprios interesses, mas falam suavemente, com palavras de elogio, enganando o coração dos incautos.

No livro de Apocalipse, 2.12-16, João registra as palavras de Cristo, advertindo a Igreja de Pérgamo, e a todas as nossas igrejas (2.17), contra aqueles que procuram incitar o povo de Deus a práticas contraditórias à fé cristã. Ali lemos:

Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:

Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.

Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.

Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.

A menção à doutrina de Balaão, no v. 14, identifica o ensinamento dos que possuem motivos pessoais, rasteiros, aqueles que, mesmo com linguajar que aparenta honrar a Deus, não estão preocupados com a santificação da igreja, mas se empenham em destruir as linhas demarcatórias de comportamento que identificam o povo de Deus e os distinguem do mundo ("comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição"). A doutrina dos nicolaítas é igualmente condenada (v. 15). Essa é também uma referência aos que advogavam uma vida dissoluta e imoral no seio da igreja. Na carta anterior (à igreja de Éfeso), as obras dos nicolaítas foram condenadas. Agora a menção é contra a sua doutrina. Notem que a condenação e a chamada ao arrependimento vêm para toda a igreja (vv. 14 e 16), por não exercer a disciplina e por conservar tais pessoas em seu meio.

c. A disciplina deve ser exercida com precaução e deve ser divulgada. Em 1 Tm 5.19-22, temos o ensinamento de que as denúncias devem ser substanciadas, não aceitas levianamente:

Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.

Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam.

Conjuro-te, perante Deus, e Cristo Jesus, e os anjos eleitos, que guardes estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo com parcialidade.

A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro.

Cautela é prescrita especificamente para as denúncias contra os oficiais (v. 19 - "duas ou três testemunhas"), mas o princípio de que deve haver substância e provas, nas denúncias, é genérico. O outro ensino deste trecho é que a disciplina dos que "vivem no pecado" (v. 20) se exerça "na presença de todos". Isso significa que ela não deve ser alvo de uma resolução velada. Paulo dá uma razão para isso - "para que também os demais temam". A disciplina tem essa característica didática de proclamar e provocar o temor do Senhor, livrando membros do pecado para uma vida em santidade e conformidade com a pureza de Cristo.

d. O objetivo final da disciplina é o arrependimento do disciplinado.

Dois textos nos falam a esse respeito. O primeiro é 2 Ts 3.6-15:

Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes;

pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes.

Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão.

E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão.

Paulo enfatiza a necessidade do afastamento de "qualquer irmão que ande desordenadamente", contrário aos ensinamentos que recebeu (v. 6). O exemplo dado por Paulo é para aqueles que se acomodam no ócio, tornam-se um peso para os outros e passam a ocupar o tempo "intrometendo-se na vida alheia" (v.11). Esses, e aqueles que "não prestarem obediência" à palavra dada por Paulo, na sua carta, devem ser disciplinados (v. 14). Paulo indica que não deve haver "associação" com o faltoso e dá uma razão para tal: "para que fique envergonhado", ou seja, para que se conscientize de sua falha e, sob humilhação perante a disciplina exercida pela igreja, se arrependa. Esse texto é encerrado com as seguintes palavras de cautela (v. 15): "Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão".

O segundo texto é 2 Tm 2.22-26:

Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas.

Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.

Nesse texto Paulo volta a reforçar que o cristão deve caracterizar-se por seguir "a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor" (v. 22). Nesse sentido as "questões insensatas e absurdas" devem ser não somente evitadas como repelidas, quando introduzidas no seio da igreja (v. 23), pois só geram contendas. Contenda não deve fazer parte da postura do servo de Deus. Este deve ser brando e capaz de ensinar com paciência (v. 24). A disciplina deve ser exercida em mansidão (v. 25), com o objetivo de que Deus conceda aos disciplinados "não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade" (v. 26).

Conclusão

Vivemos em uma era sem restrições e sem limites. Por isso, talvez, a questão da disciplina na igreja seja tão incompreendida e até negligenciada. Muitos questionam a legitimidade da sua aplicação - "com que direito?" Outros se revoltam quando a recebem. É preciso que saibamos que o direito e a autoridade da disciplina procedem do Senhor da igreja, que a comanda. É preciso que nossos olhos sejam abertos para que verifiquemos que a rejeição da disciplina é um grande mal. A recusa de sua aceitação ou a revolta por ela significam agir contra o objetivo maior, que é o reconhecimento do pecado, o arrependimento sincero e a restauração à plena comunhão da igreja visível.

Examinamos textos bíblicos que falam claramente sobre a necessidade de preservarmos nossa vida em sintonia com as diretrizes de Deus, em santificação e pureza, contribuindo para a edificação do corpo de Cristo. Esses mesmos textos especificam a necessidade da disciplina, que vai desde a autodisciplina, continuando com a admoestação individual e chegando até a exclusão, se necessário. O testemunho da igreja demanda fidelidade às diretrizes bíblicas, nesse sentido. Num mundo sem regras, Deus, em sua misericórdia, coloca a sua igreja como baluarte para que os seus padrões sejam reforçados e seguidos. Supliquemos a Deus que nos preserve em pureza, na plena comunhão de sua igreja e que compreendamos e defendamos o exercício da disciplina, quando necessária.

(Publicado em O Presbiteriano Conservador nas edições de Julho/Agosto e Setembro/Outubro de 2000).

 

Bibliografia

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KÜMMEL, W. G. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 1982.

LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. Brasília: Veritatis, 2007.

SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo ao alcance de todos: uma narrativa do desenvolvimento da Igreja Cristã através dos séculos. São Paulo: Shedd, 2004.

Catecismo Maior de Westminster

Confissão de Fé de Westminster

www.monergismo.com

http://www.solanoportela.net/artigos/index.htm