Não
ouso tomar de tuas mãos
Toda
carga que levaste em teus ombros.
Não
suportaria jamais
Andar
um tanto sem cair por terra
E
ali gritar por socorro.
Meus
versos trafegam entre a alma e o corpo
Andando
em velocidade lenta
Mas
com sensações aceleradas.
Não
ouso compor o que minha alma
Não
perscruta.
Não
ouso ser o que não sou
Sem
medo de ser o que sou.
Fui
feito filho, quem sabe servo,
Aparente
pródigo que volta ao lar
E
reconhece sua substância
E
confessa seu pecado, à porta,
Sempre
acreditando na compaixão.
Ouso
apenas pedir-te perdão,
Fui,
sou e serei
O
pó citado por Jó,
O
conhecedor de linhas
Que
sondas entrelinhas
E
silencia toda angústia
Apenas
reparando as brechas deixadas,
As
marcas de uma vida.
Ouso
sem ousar,
Na
simplicidade de quem deseja entrar
E
de repente pode ficar,
Um
mero observador de fatos
Da
história de muitas gentes
E
de muitas vozes.
Ouso
encerrar, quem sabe,
Um
último ensaio,
Último
passo
E
último desejo:
De
amar e ser amado
E
viver sendo assim.
Defino-me
em ousar sem ousado,
Abraçar
para ser abraçado
E
no encontro de tudo, de todos,
Das
letras e do ser
Apenas
ser o que precisei ser.
Outra
vez,
Vivo,
sigo vivendo,
E
vivido, posso VIVER ou morrer.
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