Há quem passe e veja.
Outros apenas passam.
Nesta rua, a janela aberta,
Quem quer que seja,
Fica bem alerta.
A vida passa limpa,
O tempo não avisa,
Apenas escraviza
A todo que brinca.
As marcas dadas
Nem sempre ao tom de toadas,
Verificam que tudo
Se faz do gerúndio ao fim.
Não importa nem dói,
Pois quem assim fez
Escreveu histórias
Deixando memórias.
Esta vida, dois,
De dois solidão
De muitos a perdição,
Com um beijo mal dado
Naturalmente se vai.
Bastaria que a janela,
Sem força e dor fechasse
E assim a luz que ilumina
Se fizesse em uma ilha.
Eis o tempo, areia que cai,
Ampulheta bendita
Que anuncia o abraço que se vai
E logo após, a nada mais imita.
Os anos se montam
As águas passam
Os dias apagam
E a poesia valida:
Simplesmente
Vida cá e acolá,
Eternidade louca,
Na voz rouca
Clamando: vem Senhor.
Eis o tempo que foi.
Eis a pessoa que fui
Pela janela que pude ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário