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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

ANSIEDADE X ANGÚSTIA - Por Pastor Manoel Delgado

ANSIEDADE X ANGÚSTIA

Por Pastor Manoel Delgado

Hoje num grupo de amigos recebi o compartilhamento de uma frase do grande  pregador e líder cristão George Muller. A frase era mais ou menos assim: "O começo da ansiedade é o fim da fé; e o começo da verdadeira fé é o fim da ansiedade." 

Durante muito tempo compartilharia esta frase, sem nenhuma reserva, e creio que dentro do seu contexto bíblico, ela encontra-se totalmente adequada e absolutamente verdadeira. 

Contudo, à luz de algumas experiências pessoais, e analisando a evolução do sentido que as palavras vão assumindo durante o tempo, me vi forçado a uma reavaliação bíblica.

                                                                                  Tenho refletido biblicamente sobre o tema e cheguei a conclusão de que, o que a medicina contemporânea e o senso comum denomina como ansiedade, a saber transtornos de ansiedade, estresse, ou síndrome do pânico, são, na verdade conceitos distintos do que a Bíblia em seu contexto original chama de ansiedade. 

Na verdade, muitos destes transtornos estariam mais associados a outro termo bíblico bastante conhecido: angústia.

Que diferença isto faz? 

(Muita!) 

Qual a importância desta distinção?

(Gigantesca) 

Não se trata de um preciosismo teológico ou de uma simples questão semântica., pois via de regra, a ansiedade apresentada na Bíblia é pecado, e consiste na falta de fé no Deus soberano e provedor, ao passo que a angústia bíblica nunca é descrença em Deus, e embora igualmente desesperadora a ponto de ser possível que alguém deseje a morte, nunca é apresentada como pecaminosa, ou negativa, mas apenas como a legítima expressão dos limites e fragilidades de nossa natureza humana.

O mesmo Jesus que no Sermão do Monte ordenou a seus discípulos que não andassem ansiosos por coisa alguma, é aquele que no Getsemani, sofreu uma angústia mortal, transpirando gotas de sangue, e que no seu sofrimento recorreu à companhia de seus amigos mais próximos, e clamou pela presença do Pai, em sua dor extrema. 

Sendo Jesus perfeito em sua humanidade e jamais pecando, precisamos ser muito mais cuidadosos quando lidamos com pessoas com genuína angústia. 

Os exemplos sobre angústia não se esgotam em Jesus.

A bíblia está repleta deles. 

Foi o apóstolo Paulo quem disse: "Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida. De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos" (2 Coríntios 2.8).   

Este é um tema pertinente para o nosso tempo onde tantas pessoas estão feridos, enlutadas e esgotadas. 

O certo é que o mesmo Deus que cura o pecado da ansiedade, e da falta de fé, em nossos corações pecaminosos, é o justo Senhor, que prometeu estar conosco sempre, sendo Ele mesmo o nosso refúgio, e socorro bem presente nos momentos de angústia.                                  

"Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus" Filipenses 4.6.                                                                    

"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente na angústia" Salmo 46.1.


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