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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Lucas 18:11-13

SOBRE O SERMOS PERFECCIONISTAS E AO MESMO TEMPO REPULSIVOS

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Lucas 18:11-13 “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”

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(I)

O que fazer quando queremos ter a razão e pecamos por isso, sendo soberbos?

 

Certa vez, exatamente nos dias em que estudei num Instituto Bíblico de minha igreja, fui até a sala de meu diretor e perguntei-lhe: o senhor conviveu comigo nesta escola e antes de ir embora para casa, gostaria que me aconselhasse acerca de como sou.

Simples a resposta dele e amorosa: disse-me que eu era perfeccionista e que iria cuidar da igreja de CRISTO, composta de pecadores, como eu e que isto poderia trazer frustração em meu ministério, pois jamais qualquer ser humano poderia ser perfeito ou do jeito que eu iria exigir que fosse.

Aprendi muito com aquilo, e ainda que lutando com esta verdade sobre mim até hoje, após cerca de 37 anos depois, não deixo de buscar quebrar meu ser, observando que:

 

(a) todo perfeccionista nunca assume que é, e se torna um destruidor de vidas, de relacionamentos e acaba por pagar um preço de solidão, isolamento, e a fuga das pessoas que poderiam ter prazer em estar junto dele;

(b) de fato toda pessoa que fica a cobrar dos outros, se torna chata, pesada, e frustrada, pois nunca as pessoas desejarão estar com ela;

(c) seria simples se livrar deste mal, mas para isto temos que olhar no espelho e assumir se queremos ou não ser pessoas agradáveis ou cheias de manias.

 

Sempre dá tempo de mudar e confesso que mudei muito, mas tenho que me policiar todos os dias.

Leva tempo, dói intimamente, mas sei que preciso das pessoas perto e não longe – por isso luto muito.

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(II)

Mais vale olhar num espelho e ver o quanto sou imperfeito do que impor-me...

O que vale a pena mesmo diante da vaidade do “perfeccionismo”?

A primeira coisa é que famílias e casamentos estão sendo destruídos por conta desta ENFERMIDADE da alma, que se debate entre a vaidade de não querer mudar por se achar “certo” e a soberba “ que trará a ruína”.

Nossa perfeição está na pessoa de JESUS e jamais dependerá de nossa forma de ser.

O que temos que levar em conta é:

 

(a) vale a pena perder pessoas que amamos ou queremos bem por conta de nossas manias infantis ou adoecidas?

(b) vale a pena ser teimoso a ponto de sacrificar nossas relações, sabendo que as pessoas têm suas opiniões e formas de ser e que não depende de a gente exigir que se enquadrem ao nosso modo?

(c) vale a pena ver nossos arredores se desfazendo somente por querermos mandar ou gritar, ou expressar nossa personalidade que pode, de alguma forma estar machucada?

 

As avaliações são muitas e em todas as áreas.

O que não devemos é ocultar esta realidade de nós mesmos, fingindo ou fugindo ao invés de resolver.

Já pensou que aquela pessoa que você quer mudar é alguém que poderia somar em tua cura?

Ou quem sabe, observar que somos até gente boa, mas no fundo nem nosso melhor amigo suporta.

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(III)

Certamente somos expulsos sem perceber, e pode ser tarde para voltar.

 

Gostaria de encerrar com o pensamento que cerca estes versos:

 

(a) Percebamos que quem fica de pé um fariseu acostumado aos primeiros lugares, a orações em público, mas que não tem humildade de perceber o outro, de levar em conta a fala daquele que está posto em seu lado – “orava para si mesmo”;

(b) Afirmava com veemência a QUEM sonda os corações e os conhece profundamente, mais do ele mesmo – “não sou como estes outros homens”;

(c) Saciava-se com suas obras, com sua falsa piedade, com sua conduta que de nada servia;

(d) Numa vida como deste fariseu, pouco importava para DEUS se dava o dízimo de tudo, de jejuava – estava possesso de si mesmo – o que se torna mais difícil de expulsar do que aos demônios;

(e) Aprende-se com o publicano algo essencial – não pensar nada de si mesmo, além do que convém - "Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Romanos 12:3) – somos pecadores.

 

Fica a lição: talvez estejamos sendo pesados aos outros quando deveríamos ser leves: "(JESUS) não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo" (Filipenses 2: 6-7) – quer continuar a ter razão?

 

 


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