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Pai Nosso?
Neste dia, quando te encontro,
Pergunto-me quem és tu,
Seja para mim
Ou para estes tantos à volta.
Certifico-me nas respostas
Que brotam tão espontâneas
De tantos e de meus lábios.
Num instante, entro em tua presença,
Não em busca de respostas,
Mas para apenas ouvir-te
Numa outra questão:
Quem sou para ti?
Orei, e tantos oraram,
Tão poucos conseguiram
Enfrentar a VERDADE:
Tu és Padrão a ser seguido,
Alguém digno de ser imitado,
Não como rezas repetidas,
Mas como íntimo ser.
Alguém que se faz carne
E habita na Terra,
Com GRAÇA e VERDADE
Repleto de toda a GLÓRIA,
Toda a expressão do PAI
A quem amas,
E por quem és amado.
Pois a grande pergunta ecoa
Como entre as mais escuras
E vivas cavernas,
Ouvindo minha própria voz:
Se te conheço
É por que antes de tudo
Fui conhecido.
E neste conhecimento,
Eterno e perfeito,
Me perguntei de novo: quem és?
Pão nosso de cada dia,
Perdão que perdoa,
Amor que infinito ama,
Pastor que dá sua vida.
E pensei sobre mim:
Ainda ousas,
Ser mortal e pó que és
A te atreveres nesta pergunta?
E te ouvi em expressa
E profundo ORAÇÃO,
No cantinho de minha alma,
Pois ali te revelaste,
Muito mais que SALVADOR e SENHOR...
E na solidão da noite,
E como esperava,
Me dizia o SENHOR:
Para ser no CÉU
Tudo que desejas,
Sejas antes de tudo na Terra.
Não caias na tentação
De não perdoar,
De não se dar,
De te esqueceres
De ser Pão,
Alimento ao outro,
De ser Amor
E finalmente
O agente do perdão.
Disseste-me:
Faze tu assim
E saberás quem SOU.
E completava AQUELE
Que, entre os arbustos,
Não cessava de falar
Que descalço eu deveria estar
Que SANTO era o lugar.
E que para ver a tua GLÓRIA
Como ser pecador
Deveria me limpar
Com a Água da Vida,
Tirar tudo aquilo
Que a sandália da desonra macula,
Pois SANTO és.
Que tudo que me tenta a viver
Uma camada mentirosa
De religiosidade
E trava minha vida de ser
Tudo que queres.
E, como imitador,
Devo ser o servo obediente,
Mesmo que me custe a vida,
E me destitua de toda vaidade,
Para que eu diminua
E tua presença apareça.
Definida a resposta
O alheio e eu,
Devolvida a razão,
Compreendido foi que,
Ao chegarmos em junto a ti,
Perdoado fomos para perdoar,
Amados fomos para amar,
Supridos fomos suprir.
E se não,
Anátemas seremos,
Pois em vão estaremos
Tomando teu SANTO NOME.
Hoje peço-te perdão
Pela demora de ser
O ser que tu queres que eu seja.
E uma vez tendo aprendido
Com teu padrão e vida
Ser definitivo perdão
A todo o que me ofende,
Dando minha outra face
Sem sentir a dor
E tirando a dor de quem,
Talvez sem saber ou sabendo,
Me feriu até a morte.
Agora posso orar,
Humilde e sem arrogância,
A ORAÇÃO tão simples
A mesma, que longe de reza,
Faz-se única e íntima revelação
De mim mesmo ao PAI,
Deste pecador perdoado
Ao PAI que não esconde o rosto
De quem a ti imita, JESUS.
Agora sigo para o Céu,
Em ORAÇÃO,
Limpo de mãos
E puro de coração,
Com a alegria da SALVAÇÃO,
Com meu espírito voluntário
Levando a salvação para tantos.
Agora sei o sentido do
Viver é CRISTO
Morrer pelo próximo é lucro
E poder dizer,
Sem enganos ou máscaras:
Em nome de JESUS,
Amém.