Livra-te de mim
E te farás um favor.
Repercuta em teu coração
Minha amarga dor.
E percebas que logo
Ou de repente
Parti.
Escondas de mim teu riso
Pois não o mereço
Embaralho-me em lágrimas
Como num jogo de cartas
Onde já deixei de jogar.
Busca em mim apenas adeus
E por mim, pede a Deus
Que nesta existência
Por um canto
Encontre a Paz que necessito.
Busca-me entre os bancos vazios
E mostra-me luz
Pardo aventureiro
Um sabiá, cantador, feliz.
Quem sabe nisto me encontre
E assim possas me ver sorrir.
Por enquanto abasteço-me
Em postos que vejo vento
Livre sopro em minha alma,
Este que tu poderias usar
E por acaso, amar, sem amar.
Esta é a minha trova,
Música que estrova
A minha chance de viver mais.
Este é meu poema,
Carta aberta aos tempos
E numa história louca
Um ponto final,
Gritando por três pontinhos.
Vivi e tenho esta plena certeza...
E se viver... terei ainda mais incerteza.
Apenas me resto
Num casto mundo
Em que nuvens se formam claras sob o sol
Para anunciar a água que tanto te pedi.
Em teus braços, hoje, noite adentro
Descanso no descaso
E no acaso me protejo de mim.
Basta mais uma letra
Linha que alinhava duros brados.
A ode presente é para ti
Inebriante servo e ser humano
Que se torna invisível
Mas que sustento pela fé.
Ode do dia que nasce
E pode o dia que nasce
Trazer féculas e areia
Alças e madeira
Olhos fechados
Lacrimais sensações?
Prossigo.
Pergunto.
Imploro.
Mas me deixo.
Me queixo.
E me destituo de mim.
Clara noite que se vai.
Tecida está esta escrita
Como que em tecido rasgado
Uma coisa sem forma e vazia
Porém, esperando,
Renovo e outro,
Quem sabe uma flor.
Livra-te de mim
E te farás um favor.
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