Salmo
42:8;11 “...à noite comigo está o seu
cântico, uma oração ao Deus da minha vida; espera em Deus, pois ainda o
louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu...”
Há dias meditando neste Salmo, seja em leitura, pensamentos e músicas, tenho
contemplado o CONSOLO DIVINO, como numa melodia de ninar, que mesmo sob prantos
do bebê, se via ao descanso pela confiança dos braços que acolhem.
Dias que parecem intermináveis, construídos tijolo a tijolo num silêncio
profundo da VOZ que dá direção, do SENHOR que mesmo em sua acolhida e cuidado
olha do Céu e libera a dor para uma construção mais resistente.
Não é apenas um deserto, nem tampouco se compara ao subir de CRISTO ao
monte da caveira, com adornos de dor e abandono, de solidão intensa quando do
céu parece não escorrer uma gota de compaixão.
Assim traz o Salmo uma melodia suave aos ouvidos deste diálogo do ser com
sua alma, num abatimento, numa perturbação lícita aos que estão com o SENHOR,
de pessoas que de fato ELE ama.
Ruídos invadem a alma em melodias de dor, de consciência de que DEUS está
junto, mas que na existência parece tudo tão intransponível.
Aquele que compõe o poema, em canto a SENHOR, que almeja pelas correntes
das águas, na saciedade de sua sede, diz “minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite”,
numa sede que jamais será eliminada por argumentos humanos, ou qualquer
intenção que venha a nos apresentar, pois a resposta de fato está em “estar na
presença do SENHOR”, que parece simples, mas somente quem está neste
volume estridente dos sons da alma sabe como é...
Alma que se derrama em memórias de dias alegres na presença do povo de
DEUS, e que agora se vê no caos, na escuridão destas trevas da alma, sob
opressão externa e sem uma resposta que acalente seu coração.
É justa a situação quando desta expressão: “por que estás abatida, ó minha alma? Por
que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele,
meu auxílio e Deus meu”, “por que te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu
lamentando sob a opressão dos meus inimigos?” – DEUS a sua ROCHA,
sim, NESTE que põe termo às nossas lutas, ainda que todo caminho aponte para
uma cruz, um lamento, ou qualquer que seja a sensação, esta ROCHA que invade
noites e dias, e que permite crer que “à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da
minha vida”.
Quando me olham, como a Jó ou ao meu CRISTO, e perguntam “o teu Deus, onde
está?”, logo me vem a sanidade da
resposta que brota da alma, ainda abatida: da ROCHA, a ROCHA, pela ROCHA, “DO MEU AUXÍLIO E
DEUS MEU”, “o Deus da minha vida”, ESTE que me firma os
pés para não vacilar, que me leva a lugares seguros, mesmo em pranto, e que me
faz repousar em pastos verdes, mesmo passando pelo vale da sombra da morte,
impedindo que meus olhos adormeçam sem contemplar a SUA FACE, aqui e hoje.
Ainda abatida, minh’alma segue, e percebe à frente o AUTOR e CONSUMADOR
da minha fé, em QUEM fixo os olhos, para não desistir, em QUEM posso descansar
nesta hora tão pesada.
“...à noite comigo está o seu cântico, uma
oração ao Deus da minha vida; espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu
auxílio e Deus meu...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário